Federação Sindical Mundial exige fim de ingerência na Síria

A Secretaria-Geral da Federação Sindical Mundial (FSM), que congrega 82 milhões de membros, exigiu nesta segunda-feira (17) o fim imediato da ingerência estrangeira nos assuntos internos da Síria.

Por Luis Beaton, na Agência Prensa Latina

Em uma carta revelada em Nova York e dirigida ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a organização sindical pede que se dê a oportunidade ao povo sírio para que decida seu futuro com democracia e liberdade.

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A FMS lamenta as contínuas ingerências estrangeiras na Síria, e o envio de armas e dinheiro destinados a matar o povo, com a ajuda de reis, emires e governos reacionários, assinala o texto.

A organização considera as ingerências imperialistas como um crime, e assinala que a ONU assume uma grande responsabilidade ao silenciar essas práticas, enquanto acentua a importância de colocar um fim à intromissão externa nos assuntos sírio e de acabar com a violência.

O chamado coincidiu com uma sessão do Conselho da ONU dos Direitos Humanos, realizada nesta segunda-feira (17) em Genebra, onde não faltaram os chamados para repudiar todas as manifestações favoráveis por uma intervenção militar na Síria e a reiteração de que a solução política é a única base para resolver a crise.

Mesmo assim, algumas delegações exigiram aos atores externos que não manipulassem falsos pretextos para justificar uma intervenção na Síria e reiteraram que o aumento do terrorismo no país do Oriente Médio está firmemente vinculado com seu apoio a partir do exterior.

Nesse sentido, uma comissão de investigação da ONU confirmou que elementos externos, incluindo jihadistas islâmicos, estão operando em território sírio.

O grupo concluiu que muitos mercenários se unem aos grupos irregulares locais, enquanto outros agem de maneira independente.

Uma fonte consultada pela Prensa Latina indicou que menos de 20% dos integrantes dos grupos armados são sírios e que há pelo menos 18 meses entraram no país dezenas de milhares de mercenários e jihadistas provenientes de países árabes e ocidentais.

Pelo menos um terço dos mercenários que entraram pelas fronteiras dos países vizinhos morreram em conflitos com forças governamentais, agregou.

O documento também chamou a atenção para o fato de que mercenários de credo islâmico, mas de nacionalidade de países ocidentais, como Reino Unido, Estados Unidos, França, Espanha e Bélgica, entre outros, se deslocam para a Síria, com a cumplicidade e a omissão das autoridades desses países.

Fonte: Prensa Latina