Chile: Mapuches exigem libertação de presos em greve de fome

No Chile, representantes da comunidade mapuche exigiram ao governo a liberação dos cinco indígenas detidos no presídio de Angol, na Araucanía chilena, que nesta sexta-feira (14) cumprem 19 dias em greve de fome. "Estamos apoiando nossos irmãos em greve de fome, acusados injustamente, foi preparada uma montagem para acusar nossos irmãos, com testemunhas encapuzadas”, declarou, à Prensa Latina, Nibaldo Huenuman, um dos líderes da comunidade mapuche na região metropolitana.

De acordo com o ativista, o Estado manipulou os juízes, a polícia de Carabineros, para culpar os membros dessa etnia que reivindicam territórios considerados ancestrais.

"O governo mantém centenas de policiais rodando dia e noite nas comunidades, helicópteros sobrevoando nossas zonas povoadas e há colonos na área se organizando com armas para atacar nossa gente”, assinalou Huenuman.

Segundo narrou, há dias foi encontrado na casa de um colono um grande número de armas de grosso calibre, no entanto o dono desfruta de liberdade.

"Mas se essas armas fossem encontradas na casa de um mapuche, seria encarcerado por milhares de anos”, comentou Huenuman, que aproximadamente meia-noite da quinta-feira iniciou uma marcha pelo passeio público de Ahumana, na capital.

Os manifestantes, com discursos, bandeiras e danças típicas da etnia, exigiram a libertação dos cinco presos em Angol.

Paulino Levipan, Daniel Levinao, Hector Ricardo Nahuelqueo, Rodrigo Montoya e seu porta-voz, Eric Montoya, deixaram de ingerir alimentos há 19 dias por considerar que suas causas judiciais não tiveram um processo justo. Dois deles foram condenados, recentemente, a 10 anos de reclusão por homicídio frustrado contra membros da polícia.

"Estamos lutando por justiça e verdade para nosso povo em suas justas demandas de território e liberdade, ainda que o estado não possa dar resposta ou só pensa em reprimir acentuando mais a luta das comunidades”, assinalaram à véspera os presos em um novo comunicado. O texto assinala que já estão sentindo câimbras, tonturas, dores de cabeça e estômago e cansaço nas pálpebras.

"Estamos pálidos, abatidos, mas com força intacta, sabemos que esses sintomas são incômodos e suportáveis pelo que está em jogo. Seguiremos passo a passo com essa greve porque acreditamos o quanto vale o território e a liberdade para cada mapuche e todo o povo”, expressaram.

Fonte: Adital