Deputado critica exclusão do Nordeste em obras de grande porte
O governo federal apresentou o Programa de Investimentos em Logística, que visa melhorar a infraestrutura de transportes no País. Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) lamentou que o Nordeste não conte com a previsão de investimentos em obras de grande porte.
Publicado 10/09/2012 15:36
Ele observou que um programa que não inclui o Nordeste não atende aos interesses do Brasil e lembrou que a região deve ser respeitada por seu potencial econômico e por sua localização estratégica que, por contar com a maior faixa litorânea, pode facilitar o escoamento da produção nacional.
“É muito importante que nosso Governo e nosso País caminhem para um novo patamar de logística, especialmente de infraestrutura. Isso está de acordo com o desejo do povo brasileiro e com a necessidade do País de estar preparado para um crescimento sustentado. Mas não se pode pensar em desenvolvimento, se não pensarmos no Brasil como um todo”, avalia o deputado.
Ele apelou aos colegas parlamentares da região Nordeste para que mudar essa situação. “Isso precisa ser corrigido. Queremos chamar as bancadas dos Estados ao debate sobre a Região Nordeste”.
O deputado Luiz Couto (PT-PB) apoiou o pronunciamento de Daniel Almeida, enfatizando que os investimentos devem favorecer todas as regiões, principalmente o Nordeste. “É fundamental que tenhamos um programa de investimento naquela Região”, afirmou.
O Programa foi lançado no último dia 15, quando o governo federal anunciou a pretensão de investir R$133 bilhões, por meio de concessões e parcerias público-privadas (PPP), para a construção de rodovias e ferrovias, o que inclui o trem de alta velocidade. A maioria das obras previstas no novo programa de investimentos será no Centro-Sul do País.
O ministro dos Transportes, Paulo Passos, informou que do total de recursos, R$ 42,5 bilhões devem ser aplicados na duplicação de cerca de 5,7 mil quilômetros de rodovias e R$91 bilhões, na reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias ao longo dos próximos 25 anos.
Desigualdade continua
No Nordeste, o programa prevê apenas a duplicação da rodovia BR-101, na Bahia, entre Salvador, Itabuna e Porto Seguro, e a construção de uma ferrovia ligando Salvador a Recife, em Pernambuco e outra entre Belém, no Pará e Açailândia, no Maranhão.
"Lamentamos a ausência do Ceará e demais Estados nesse pacote", reclamou o economista cearense Alcântara Macêdo, para quem a proposta de parceria do governo com a iniciativa privada para tocar e gerir parte das rodovias e ferrovias é positiva.
Para ele, o problema está no fato do Ceará e do Nordeste ficar, mais uma vez, à margem das políticas federais de infraestrutura viária. "A consequência disso será o aumento das desigualdades regionais, perda de competitividade dos Estados nordestinos e maior dificuldade de desenvolvimento", aponta Macedo.
Da Redação em Brasília
Com agências