Banco central chinês suspende injeção de liquidez
O Banco Popular da China (BPC), banco central do país, suspendeu esta semana seus esforços de injetar liquidez ao setor bancário do país com operações abertas de mercado, provocando de novo especulações de que o órgão pode agir em breve para relaxar sua política monetária.
Publicado 06/09/2012 14:45
Com as operações de acordos de recompra reversa nesta quinta-feira, o banco central tirou 52 bilhões de iuanes (US$ 8,2 bilhões) em liquidez do mercado monetário esta semana, depois de injetar 344 bilhões de iuanes (US$ 54,3 bilhões) no setor bancário no mês passado com as mesmas operações.
A contração de liquidez desta semana ocorreu depois que o banco central utilizou acordos de recompra reversa para comprar 40 bilhões de iuanes (US$ 6,3 bilhões) em títulos dos bancos, com prazos de 7 a 14 dias, contrabalançando os papeis e acordos de recompra reversa vencidos esta semana.
O rendimento para a recompra reversa de 7 dias caiu 5 pontos básicos, chegando a 3,35%, enquanto o para a recompra reversa de 14 dias permaneceu inalterado, em 3,5%.
O banco central pode introduzir uma nova paridade para empréstimos de curto prazo, disseram analistas, argumentando que o banco central vem realizando as operações de recompra reversa por 11 semanas consecutivas desde 26 de junho.
"Penso que o rebaixamento dos rendimentos para as recompras reversas de 7 e 14 dias pelo banco central revele a intenção desse órgão de diminuir os custos de empréstimos", disse Mou Zhiyang, pesquisador de renda fixa da corretora China Dragon Securities. "No entanto, o impacto sobre o mercado é limitado, pois tratam-se de apenas cinco pontos básicos", acrescentou.
No mercado interbancário da China, a taxa Shibor (Shanghai Interbank Offered Rate) de pernoite, que mede os custos de empréstimos interbancários e atua como um importante barômetro da liquidez, caiu 1,38 ponto básico para 2,12% nesta quinta-feira.
A Shibor de uma semana perdeu 2,58 pontos-base para 3,4%, enquanto a de duas semanas aumentou 21,04 pontos-base.
O mercado espera um maior relaxamento monetário do banco central em forma de corte da taxa de juros ou rebaixamento da taxa de depósitos compulsórios para os bancos comerciais, com o propósito de estimular a economia desaquecida.
No entanto, uma recuperação possível da inflação pode restringir a margem do governo para uma flexibilização da política, deixando, desta maneira, o banco central com um dilema, já que diversas previsões apontam que a taxa da inflação em agosto pode voltar a ficar acima de 2%, em relação a 1,8% registrado em julho, o nível mais baixo em 30 meses.
Fonte: Rádio Internacional da China