Servidores e governo assinam acordo para pôr fim à greve

Após as reuniões que entraram pela noite de ontem (28), servidores do IBGE e da Polícia Rodoviária Federal assinaram acordo de reajuste salarial com o governo, pondo fim à greve no serviço público. Durante todo o dia de hoje (29), mais entidades vão firmar acordo com o governo. O secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, avaliou que mais de 90% dos servidores aceitaram a proposta de reajuste de 15,78% nos próximos três anos, a partir de 2013.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa cerca de 80% dos servidores, aprovou proposta do governo e retoma atividades a partir de segunda-feira (3). Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a assinatura do termo deve acontecer durante reunião que começou ao meio-dia desta quarta-feira (29) no Ministério do Planejamento.

O Ministério do Planejamento anunciou que além do IBGE e da Polícia Rodoviária Federal, os representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) já assinaram o acordo.

E que o acordo com o Condsef vai beneficiar funcionários de 18 carreiras do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e correlatas. Receberão aumento os servidores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio (Funai), Arquivo Nacional, Imprensa Nacional, Museu do Índio, Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e Secretaria de Patrimônio da União.

O reajuste também beneficia os funcionários dos ministérios da Saúde, Previdência, Trabalho, Cultura, Fazenda, Agricultura, Planejamento, Justiça, Transportes e Integração Nacional, além dos cargos administrativos da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, os funcionários ligados à entidade vão receber aumento que pode variar entre 14% e 37%, em alguns casos, devido à correção de distorções. Mesmo com o percentual alto, o impacto sobre a folha de pagamento não ultrapassa o teto oferecido pelo governo que é de 15,8%, fatiados em três anos, a partir de 2013.

“Nós entendemos que a proposta ficou distante da nossa pauta, mas em contrapartida a categoria tem a maturidade de entender que saímos de zero para algum percentual. Foi uma vitória do movimento quebrar a intransigência do governo Dilma”, comentou Costa.

A luta continua

Apesar da volta ao trabalho da maioria dos servidores da base da Condsef, a mobilização da categoria vai continuar permanente. Já na próxima quarta-feira (5), a Condsef e suas filiadas participam de um Dia Nacional de Lutas em defesa dos trabalhadores convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“A Condsef acredita que o cenário de crise, alegado pelo governo como dificultador do processo de negociações, não durará para sempre”, avalia Costa. “Num cenário econômico mais propício é possível, sim, alcançar as melhorias de que o setor público tanto necessita para assegurar atendimento público de qualidade à população brasileira. Para isso, nossa categoria continuará permanentemente alerta. A luta por dias melhores continua”, concluiu.

Da Redação em Brasília
Com agências