Oposição alemã questiona missão militar perto da Síria
Os partidos da oposição no parlamento alemão exigiram nesta segunda-feira (20) que o governo da chanceler Angela Merkel esclareça a suposta colaboração secreta do país com grupos armados rebeldes na Síria.
Publicado 20/08/2012 18:36
Se o governo recusar as demandas dos três partidos opositores na câmara de deputados do parlamento, o Bundestag, "os grupos de controle sobre os serviços secretos terão que tratar o tema em curto prazo", disse o deputado do partido Os Verdes Hans-Christian Stroebele em uma coletiva de imprensa.
O partido socialista Die Linke também exigiu um esclarecimento sobre as informações da imprensa. O deputado social-democrata Fritz-Rudolf Koerper disse que a missão de um navio da marinha de guerra alemã "é realizada à margem do direito internacional e do mandato parlamentar para a missão Unifil das Nações Unidas".
O jornal alemão Bild am Sonntag informou, neste fim de semana, que um navio de serviço alemão de inteligência cruza águas internacionais perto da costa síria. Segundo o informe, o navio tem a bordo "tecnologia de espionagem de última geração" do serviço interno de inteligência da Alemanha, o BND.
Com esta tecnologia, o navio poderia vigiar movimentos de tropas até 600 quilômetros no interior do país, escreveu o jornal. Simultaneamente, o periódico noticiou que o exército alemão e o BND entregam as informações aos serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, que os transmitem por sua vez aos grupos armados na Síria.
Segundo o deputado Stoebele, a entrega de informações aos grupos armados "significaria uma intervenção ilegal em uma guerra civil". Enquanto isso, o presidente do partido socialista Die Linke (La Esquerda), Bernd Riexinger, questionou que a missão militar do navio seria aprovada por tribunais de justiça.
"Temos que evitar que certos aventureiros irresponsáveis envolvam a Alemanha em uma guerra", disse Riexinger, ao sublinhar que "a Alemanha tem um exército que se encontra sob o controle do parlamento e não dos serviços de inteligência". Os socialistas alemães exigiram a retirada imediata de todos o contingente militar alemão da região.
Fonte: Prensa Latina