Movimentos sociais realizam seminário sobre a Questão Palestina

Convocado por dezenas de entidades do movimento social brasileiro, realizou-se nesta quinta-feira (16) no auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília, o Seminário Nacional dos Movimentos Sociais sobre a Questão Palestina.

Seminário sobre a Questão Palestina_mesa1 - Iberê Lopes

O evento foi coordenado por Acilino Ribeiro, diretor da Universidade de Políticas do Movimento Popular (Unipop), uma organização não governamental que ministra cursos de formação para ativistas dos movimentos sociais.

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A guerra midiática do imperialismo e do sionismo
 

A professora de Sociologia, Maria Valéria, foi a primeira a intervir. Referiu-se aos 30 anos do massacre de Sabra e Chatila, acampamento de refugiados palestinos no Líbano atacado por milícias durante a ocupação israelense, em setembro de 1982.

O jornalista Beto Almeida, da TV Comunitária de Brasília e representante no Brasil da Telesur, falou em nome dos movimentos sociais. Ele fez um retrospecto do conflito entre Israel e os palestinos, chamando a atenção para a falsificação histórica contida na frase difundida pelos sionistas de que o Estado de Israel foi criado para abrigar “um povo sem terra numa terra sem povo”.

Por sua vez, Beatriz Bissio, jornalista e cientista política, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, relembrou as históricas coberturas jornalísticas que fez para a revista Cadernos do Terceiro Mundo, ao lado do seu fundador, o saudoso Neiva Moreira, recentemente falecido. Ela entrevistou três vezes o ex-líder palestino Yasser Arafat e testemunhou a invasão israelense no Líbano em 1982. Durante sua exposição, Bíssio mostrou fotos da época.

O professor Fábio Duval, da Universidade Católica de Brasília, fundamentou à luz do Direito Internacional a demanda pela criação do Estado da Palestina e seu reconhecimento pela Organização das Nações Unidas. “A legitimação jurídica do Estado da Palestina vale mais do que resoluções que nunca são aplicadas”, disse.

O editor do Portal Vermelho, jornalista José Reinaldo Carvalho, discorreu sobre a cobertura da mídia monopolista privada, controlada pelo imperialismo estadunidense e o sionismo israelense sobre os acontecimentos no Oriente Médio e a Questão Palestina em particular. Para Reinaldo, esta cobertura “faz parte daquilo que se pode denominar de guerra midiática e terrorismo midiático”. O editor do Vermelho opinou que os veículos de comunicação a serviço do sionismo israelense e dos EUA preparam o terreno para as guerras.

O cônsul da Autoridade Nacional Palestina em Brasília, Dr. Saleh, fez um histórico dos mais de 60 anos de luta do seu povo por uma “Palestina livre”, assinalando que os palestinos têm lutado por todos os meios e formas para recuperar os seus direitos usurpados.

O diplomata afirmou categoricamente que o Estado de Israel ocupa ilegalmente a Palestina e denunciou que os sionistas estão tentando fazer alterações geográficas e demográficas no território palestino, que se configuram como uma verdadeira limpeza étnica.

Saleh informou que a Autoridade Nacional Palestina continuará a luta pelo reconhecimento do estado nacional o quanto antes e que os crimes de Israel não farão o povo palestino desistir da luta por sua libertação.

Por sua vez, o embaixador iraniano no Brasil, Dr. Mohammad Ali Ghanezadeg, destacou em sua intervenção que o conflito de Israel com a Palestina é um dos mais longos e tristes da história contemporânea. Ghanezadeg também ressaltou que a ocupação israelense na Palestina é ilícita e enalteceu a luta do povo, que aprendeu que a resistência é o único caminho para se libertar.

Para o embaixador iraniano, chegou o momento de o mundo saber que as soluções impostas pelo Ocidente são falsas se não levam em contas os critérios da justiça. Segundo ele, é o que tem ocorrido com as experiências amargas das décadas passadas, que demonstram não ter havido a preocupação de encontrar soluções justas. Isto ocorreu, na sua opinião, devido ao caráter usurpador dos ocupantes sionistas.

O embaixador iraniano ressaltou também que acredita na vitória da causa palestina e demais povos do Oriente Médio, com as novas condições de luta criadas com a adesão dos povos ao “eixo da resistência”.

Da redação do Vermelho