Israelenses pedem que militares não ataquem Irã

Enquanto o governo de Israel parece se aproximar cada vez mais da opção descabida de bombardear o Irã, a sociedade israelense demonstra sua oposição à medida. Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Democracia em conjunto com a Universidade de Tel Aviv divulgada nesta quinta-feira (16) mostrou que a maior parte de seus entrevistados é contra a guerra.

Manifestante pede para não bombardear o Irã

Cerca de 60% dos entrevistados afirmou ser contrário a um bombardeio das Forças Armadas israelenses contra o Irã, enquanto que apenas 27% disse ser favorável. A medida também encontra oposição de importantes setores da sociedade do país, que começaram a se mobilizar contra a possível guerra.

Mais de 400 israelenses, entre eles proeminentes professores universitários, assinaram uma manifestação na internet pedindo que pilotos de combate da Força Aérea israelense desobedeçam a eventuais ordens para atacar o Irã.

A solicitação, da qual dá conta hoje o diário Ha''aretz, qualifica a eventual decisão de lançar um ataque contra o Irã como um "erro de alto risco" que só atrasaria o programa nuclear iraniano, sem interrompê-lo e pelo qual se pagaria um "preço exorbitante".

O documento encoraja os pilotos a dizerem "não", mas reconhece que "certamente não se trata de uma alternativa simples".

"Envolve profundos dilemas morais e profissionais, além de representar o risco de destruir uma carreira que é importante para vocês e a possibilidade de serem processados", indica o texto.

Ainda assim, o documento diz que a eventual rejeição representaria um "serviço vital ao Estado de Israel e a todos os que vivem aqui, um serviço infinitamente mais importante que a obediência cega a esta ordem em particular".

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o titular da Defesa, Ehud Barak, além de outros destacados políticos, elevaram o tom de suas declarações a favor de um ataque contra o Irã, inclusive sem contar com o sinal verde dos Estados Unidos e apesar da oposição de comandantes dos organismos de segurança e defesa.

Israel põe em dúvida as inteções do programa nuclear do Irão, apesar de ese páis garantir que ele tem exclusivamente fins pacíficos.

A pesquisa e a petição podem ser sinais para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repensar a possibilidade de atacar o Irã. Cerca de 60% da população israelense reprova a política desenvolvida pelo premiê, informou uma recente pesquisa do jornal Haaretz.

Com EFE

Atualizada às 12h15