Itaipu: Impossível o Paraguai cumprir ameaça contra o Brasil
"O governo paraguaio está totalmente impossibilitado de cumprir as ameaças feitas ao Brasil de redução das vendas de energia proveniente da binacional hidroelétrica de Itaipu", afirmou o secretário geral da Frente Guasú e parlamentar do Mercosul, Ricardo Canese.
Publicado 13/08/2012 13:42
As reiteradas propostas feitas por Federico Franco, que ocupou a presidência do Paraguai, após a destituição de Fernando Lugo, receberam respostas técnicas e políticas, tanto nacionais como do vizinho gigante.
Segundo acordos vigentes, cada um dos dois países tem acesso a 50% da energia gerada e o que o Paraguai não consume, só pode ser vendido para o Brasil.
O secretário-geral da Frente Guasú, agrupamento de partidos e organizações de esquerda no Paraguai, Ricardo Canese, destacou que, ainda que Franco o quisesse como resposta à suspensão de Paraguai no Mercado Comum do Sul (Mercosul), a carência no país de linhas de transmissão e distribuição o faz impossível.
No ano que fica para a tomada de posse do novo governo que será eleito pelos paraguaios em abril de 2013, seria impossível a realização dessa série de obras para permitir quintuplicar a atual capacidade disponível do sistema elétrico, além da inexistência dos fundos para isso.
Canese denunciou que depois das ameaças de Franco, tendentes a tratar de maximizar um sentimento nacionalista por motivos políticos, está na realidade a intenção de entregar para as grandes multinacionais de energia correspondente ao Paraguai, começando pela canadense Rio Tinto Alcay.
Este gigante de produção de alumínio pretende obter seis vezes mais que o total consumido pelo resto da indústria paraguaia e em forma subsidiada pelo Estado durante 40 anos.
Por outro lado, o assessor de Relações Internacionais do governo brasileiro, Marco Aurélio García, recordou que a linha de transmissão de 500 quilowatts que se constrói de Itaipú para Assunção e que Franco alega utilizar para esses planos, é financiada pelo Mercosul.
García falou que, em 2009, triplicou o pagamento do Brasil ao Paraguai pela energia que a nação guarani lhe fornece por exceder seu consumo e acrescentou que Brasília não pensa fazer novos aumentos.
Todas estas propostas parecem confirmar que Franco tem por adiante numerosos obstáculos impossíveis de serem cumpridos com a lei que enviará ao Congresso para reduzir a venda de energia ao Brasil e Argentina, fixada por nos tratados binacionais subscritos.
Fonte: Prensa Latina