Embaixador destaca relação do Brasil com “renascimento africano”
O chamado “renascimento africano” e as oportunidades de participação do Brasil no desenvolvimento econômico e social daquele continente foram ressaltados pelos futuros embaixadores brasileiros na Nigéria e em Camarões, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, realizada nesta quinta-feira (9). Suas indicações receberam pareceres favoráveis da comissão e serão submetidas ao Plenário.
Publicado 10/08/2012 10:30
Durante sua exposição inicial aos senadores da comissão, o ministro João André Pinto Dias Lima, indicado para o cargo de embaixador na Nigéria, classificou de “muito promissoras” as perspectivas da África no começo do século 21. Entre as 10 economias que mais crescem no mundo, seis estão na África. Em 2050, a população daquele continente poderá alcançar dois bilhões de pessoas, informou o diplomata.
“Já se fala de um renascimento africano. Este pode ser o inicio de um processo semelhante ao que a Ásia experimentou há 30 anos”, comparou.
A Nigéria é o país mais populoso da África e poderá vir a ser o terceiro mais populoso do mundo em 2050, depois de China e Índia. Sua economia, atualmente a segunda daquele continente, poderá tornar-se a maior da África em 2025, superando a da África do Sul, lembrou o embaixador.
A força da indústria petrolífera, responsável por 90% das exportações da Nigéria, foi ressaltada por Lima, que lembrou ainda os planos ambiciosos daquele país para o aperfeiçoamento de sua infraestrutura. Ele informou que empresas brasileiras de engenharia estão examinando possibilidades de negócio em áreas como as de transportes e telecomunicações. O embaixador indicado citou ainda o interesse do governo local de Lagos, antiga capital, em implantar programa semelhante ao Bolsa Família.
Indicado para o posto de embaixador na República de Camarões, o ministro Nei Futuro Bitencourt, confirmou as palavras do colega diplomada. Ele disse que apesar do país ainda enfrentar os desafios do desenvolvimento e da redução da pobreza e da desigualdade, Camarões tem riquezas minerais importantes, como o petróleo.
“Conhecemos esses desafios, o que faz com que tantos países africanos tenham interesse pelo Brasil”, disse Bitencourt em sua exposição aos senadores. Segundo o embaixador, esta é uma “fase de oportunidades” na República dos Camarões, que tem planos, juntamente com outros países da África Central, para aumentar a sua produção de energia.
Agência Senado