Cuba revela envolvimento da CIA no desaparecimento de diplomatas

O representante legal de dois diplomatas cubanos assassinados pela ditadura argentina em 1976, José Luis Méndez, explicou os vínculos da Agência Central de inteligência dos Estados Unidos (CIA) com o desaparecimento dos funcionários.

Na última quinta-feira (1) a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) confirmou ter encontrado os restos do diplomata cubano Crescencio Nicomedes Galañena, que foi sequestrado no dia 9 de agosto de 1976 com Jesús Cejas , eles foram levados para o centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da Operação Condor em Buenos Aires, chamado Automotores Orletti.

Em entrevista ao jornal Granma, o investigador mencionou um documento secreto da CIA já desclassificado, onde confirma-se que os chilenos forneceram as pistas para a busca dos cubanos haviam estado em Orletti.

"Um repressor argentino me confirmou no Paraguai que a CIA recebia os resultados dos interrogatórios feitos neste centro de detenção aos argentinos, uruguaios e chilenos levados ai, dos quais desapareceram 65, destacou Méndez.

“Os diplomatas estavam desaparecidos desde a data de seu sequestro, até que um sobrevivente argentino chamado, José Luis Bertazzo, conheceu por meio dos mencionados jovens chilenos, também reclusos em Ortelli, que os cubanos haviam estado ali”, afirmou o entrevistado.

“O dia 19 de julho de 2004, o repressor chileno Manuel Contreras Sepúlveda me confirmou em uma conversa que sustentamos em Santiago do Chile, na qual comentou que haviam sido interrogados pelo terrorista de origem cubana Guillermo Novo Sampoll”

Disse que os investigadores descobriram o lugar onde foram encontrados os restos de Galañena a partir de um comentário que estava em um livro de dois jornalistas estadunidenses, que afirmaram que os corpos dos diplomatas haviam sido colocados em tanques de 55 galões no canal de San Fernando.

“As autoridades participaram ativamente em apoio a esta busca. Desde 2005 seguimos várias pitas, mas confiávamos que a resposta estava em São Fernando, de maneira que agora se afirmou”, expressou o entrevistado.

Méndez explicou  que após a identificação rigorosa feita pelos forenses argentinos e as diligências do sistema judicial para as distintas estancias, o próximo passo será informar oficialmente ao governo de Cuba e iniciar os trâmites para a repatriação dos restos.

Disse ter grandes esperanças de que se encontrarão os restos de Cejas, cuja busca histórica e forense continua.

Fonte: Prensa Latina