Paraguaios sem-terra denunciam que não receberam lotes prometidos
Nesta quinta-feira (2) o dirigente camponês paraguaio, Federico Ayala, advertiu que milhões de trabalhadores sem-terra acampados em Ñacunday, comunicaram o esgotamento de sua paciência diante do não cumprimento governamental da prometida entrega de lotes.
Publicado 02/08/2012 16:18
Ayala disse em suas declarações que os camponeses que vivem em barracas na zona leste do país, já não respondem a sua petição de continuar esperando para evitar enfrentamentos e advertiram que ocuparão, a qualquer momento, as terras solicitadas em um latifúndio perto da região.
A demanda dos chamados “carperos” (barraca em espanhol) se referem aos 15 mil hectares que consideram ocupadas ilegalmente pelo grupo empresarial Faveno, mas o Instituto de Desenvolvimento Rural e de Terra (Indert) não os apoia e prometeu estudar a entrega de terrenos em outros lugares do país.
Ayala expressou que os carperos estão cansados das promessas não cumpridas do Governo e a falta de resposta, manifestaram que inclusive, sem autorização, realizarão a ocupação a qualquer momento
Censo
Os problemas em Ñacunday se agravaram recentemente após a realização de um censo pelo Indert, das famílias camponesas presentes na zona e afirmar que somente totaliza 1.399 pessoas.
Os camponeses sustentam que o senso foi irregular por falta de formulários e obstáculos da polícia para deixar entrar a residentes nas barracas neste momento fora da zona e asseguram que existem 4.800 camponeses ali.
Ayala se apresentou no local do Indert para entregar ao titular da instituição, Luis Ortigoza, uma nota que requere à entidade agraria o reconhecimento da quantidade real de habitantes na zona.
“O censo feito pelo Indert, para nós, não tem validade nem legitimidade”, sustentou Ayala.
Fonte: Prensa Latina