Paraguaios sem-terra denunciam que não receberam lotes prometidos

Nesta quinta-feira (2) o dirigente camponês paraguaio, Federico Ayala, advertiu que milhões de trabalhadores sem-terra acampados em Ñacunday, comunicaram o esgotamento de sua paciência diante do não cumprimento governamental da prometida entrega de lotes.

Ayala disse em suas declarações que os camponeses que vivem em barracas na zona leste do país, já não respondem a sua petição de continuar esperando para evitar enfrentamentos e advertiram que ocuparão, a qualquer momento, as terras solicitadas em um latifúndio perto da região.

A demanda dos chamados “carperos” (barraca em espanhol) se referem aos 15 mil hectares que consideram ocupadas ilegalmente pelo grupo empresarial Faveno, mas o Instituto de Desenvolvimento Rural e de Terra (Indert) não os apoia e prometeu estudar a entrega de terrenos em outros lugares do país.

Ayala expressou que os carperos estão cansados das promessas não cumpridas do Governo e a falta de resposta, manifestaram que inclusive, sem autorização, realizarão a ocupação a qualquer momento

Censo

Os problemas em Ñacunday se agravaram recentemente após a realização de um censo pelo Indert, das famílias camponesas presentes na zona e afirmar que somente totaliza 1.399 pessoas.

Os camponeses sustentam que o senso foi irregular por falta de formulários e obstáculos da polícia para deixar entrar a residentes nas barracas neste momento fora da zona e asseguram que existem 4.800 camponeses ali.

Ayala se apresentou no local do Indert para entregar ao titular da instituição, Luis Ortigoza, uma nota que requere à entidade agraria o reconhecimento da quantidade real de habitantes na zona.

“O censo feito pelo Indert, para nós, não tem validade nem legitimidade”, sustentou Ayala.

Fonte: Prensa Latina