Governo vai negociar com caminhoneiros após desbloqueio de vias
O governo federal pediu prazo até 8 de agosto para apresentar uma resposta às reivindicações dos caminhoneiros autônomos, mas condicionou as negociações ao fim do bloqueio de rodovias que já dura sete dias em vários pontos do país. A pasta foi procurada, mas até o fechamento não havia confirmado a informação, que foi dada pelo representante da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), nesta terça-feira (31).
Publicado 31/07/2012 20:02
Segundo Diumar Costa, presidente da CNTA, que se reuniu com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, nesta terça. A confederação é contra a greve dos caminhoneiros, organizada por outro sindicato, o Movimento União Brasil Caminhoneiros (MUBC). Os representantes da CNTA acusam o MUBC de agir sob orientação de empresas.
Diumar Costa contou que o governo deixou claro que entende que o bloqueio das estradas tem que ser suspenso inclusive por representar perigo para os motoristas de caminhão e a população em geral. O ministro Paulo Sérgio Passos começou uma reunião com representantes do MUBC logo após falar com o CNTA. Até o fechamento da matéria, o encontro não havia sido encerrado, às 19h20.
"A posição [do governo] é que há necessidade de desocupação das estradas, porque já houve morte", declarou o presidente da CNTA. Segundo ele, foram registradas três mortes de caminhoneiros desde o início dos protestos. Duas mortes foram por atropelamento e uma causada por uma pedrada contra um caminhão, que acabou atingindo o motorista. A CNTA divulgou nota de repúdio hoje (31).
Os representantes da CNTA e da MUBC têm uma reivindicação em comum: querem maior prazo para a implementação da Lei n° 12.619. A legislação que entrou em vigor ontem, determina que haja descanso ininterrupto de 11 horas a cada dois dias trabalhados para motoristas de caminhão. Os dois sindicatos argumentam, no entanto, que as rodovias brasileiras não têm infraestrutura adequada para que os caminhoneiros cumpram a norma. Na ocasião da aprovação da lei, a presidenta Dilma Rousseff vetou o artigo que previa a construção de postos de descanso.
Além de maior prazo para cumprir a lei, os caminhoneiros em greve querem a revisão de resoluções da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, segundo eles, prejudicam a categoria. O MUBC defende a revogação de oito itens presentes em duas resoluções. Já o presidente da CNTA disse que a saída não é destruir o arcabouço legal existente, e sim "aparar as arestas".
O presidente do MUBC, Nélio Botelho, negou que haja intervenção patronal na paralisação.
"Não existem entidades envolvidas nessa manifestação. Surgiu do próprio trabalhador". Botelho disse ainda que o movimento quer a "revogação imediata" dos itens que considera prejudiciais e que espera ter uma resposta do Ministério dos Transportes ainda hoje.
Com Agência Brasil