Espanha: desemprego vai chegando aos 25%
Ao registrar um recorde de desempregados no segundo trimestre (24,66%), a Espanha está hoje a apenas 0,74 pontos porcentuais da cifra prevista recentemente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Publicado 27/07/2012 19:24
Um relatório da OCDE apresenta a nação ibérica como o caso mais dramático de desemprego na União Europeia (UE) e adverte que em 2013 deve chegar a 25,4%.
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) confirmou que o número de desempregados representa já o índice máximo desde 1976, depois do final do regime do ditador Francisco Franco.
Os desempregados somam 5,7 milhões, número que representa um crescimento de até 24,63%, em relação aos 24,44 no fim de março. O setor juvenil é especialmente afetado pois, apesar das habituais contratações da temporada turística, as pessoas entre 16 e 24 anos sem trabalho eram 53,27% dessa população em junho, contra os 52,01 de março, foi divulgado.
A crise coloca os espanhois perante uma tragédia, pois segundo o INE o número de moradias onde todos os membros estão sem trabalho chegou a 1.737.600. Em uma nação em crise, o ritmo de crescimento dos desempregados no segundo trimestre pode representar alguma esperança em relação ao primeiro: entre abril e junho 53.500 pessoas perderam seu emprego, bem menos dos 365.900 entre janeiro e março.
A campeã foi a construção civil, com queda de 40.500 empregos; no setor de serviços foram demitidas 84.500 pessoas menos que no primeiro trimestre; mas em contraste, o desemprego na indústria aumentou em 23.500 e na agricultura em 11.400.
Mesmo assim as perspectivas para o futuro não são muito alentadoras, dentro da política de cortes neoliberais do governo do premiê Mariano Rajoy, que pretende reduzir o déficit fiscal às custas dos compromissos sociais. Na segunda feira (30) serão divulgadas informações sobre o PIB, e as expectativas são pessimistas. Os prognósticos do Banco da Espanha indicam que o segundo trimestre registrou uma queda ade 0,4% do PIB, maior do que recuo de 0,3% registrado em março.
Sobre a situação global, o mexicano Ángel Gurría, secretário geral de OCDE, explicou que o desemprego tem agora uma característica diferente devido a longa duração de seis meses e, em muitos casos, mais de um ano. Há o risco de que estas pessoas se desvinculem do mercado de trabalho. Jamais tínhamos enfrentado esses desafios, disse ele .
Com informações da Prensa Latina