Hezbolá denuncia guerra de baixa intensidade
O Partido de Deus (Hezbolá) libanês é alvo de uma "guerra de baixa intensidade" liderada pelos Estados Unidos para minar seus princípios mais sagrados, denunciou seu líder, Hassan Nasrallah, em um discurso comentado nesta quinta-feira (26) nos círculos políticos libaneses.
Publicado 26/07/2012 15:37
Os principais jornais e canais televisivos do Líbano repercutiram o alerta lançada por Nasrallah durante a diplomação escolar de filhos de membros de sua organização considerados mártires por terem caído no confronto contra Israel.
A emissora de televisão Al-Manar e o jornal As-Safir destacaram a conjuntura na qual o Hezbolá se defende da pressão de Washington e do resto do Ocidente em plena crise na Síria, cujo governo é o principal aliado do movimento xiita no mundo árabe.
"Uma guerra suave está sendo feita contra nós e eles desejam destruir o que nos é sagrado, e o que se nos pedem é que renunciemos a todos (nossos) princípios e crenças", assinalou Nasrallah.
Apontou que "esta é uma guerra liderada pela administração norte-americana e o inimigo israelense é só um combatente nela", mas insistiu a seus seguidores sobre a necessidade de demostrarem determinação para "afugentar a guerra suave e respondê-la".
O também líder espiritual xiita defendeu na quarta-feira uma "resistência cultural e intelectual" para proteger as crenças e a fortaleza de seu partido, ao mesmo tempo em que criticou que em certos meios noticiosos é quase impossível encontrar hoje debates intelectuais.
O Hezbolá, próximo ao governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad, que pertence à seita alauita, um ramo do Islã xiita, defendeu a postura de Damasco e advertiu contra qualquer intervenção estrangeira, incluída a libanesa, no conflito do país vizinho.
Os comentários de Nasrallah coincidiram com a publicação hoje no jornal As-Safir de revelações do ministro libanês de Relações Exteriores, Adnan Mansour, sobre uma troca de cartas entre os governos de Damasco e Beirute com alusões a violações fronteiriças.
Segundo Mansour, a chancelaria libanesa recebeu uma carta na qual o Executivo sírio se queixa de tiroteios e infiltrações de homens armados a partir desse território através da fronteira norte, ao mesmo tempo em que o governo local notificou seu homólogo acerca de fatos similares.
O chanceler assegurou que em coordenação com o premiê Najib Mikati e seguindo instruções do presidente Michel Sleiman dirigiu uma carta às autoridades de Damasco solicitando-lhes "evitar a repetição de incidentes fronteiriços", afirmou As-Safir.
Também na segunda-feira, Sleiman acusou a Síria de violar o território libanês depois que uma casa na zona de Líbano Leste foi atingida por uma explosão e obuses de morteiro que caíram na área da fronteira.
Fonte: Prensa Latina