Bhadrakumar: Síria e o ‘poder esperto’ de Hillary Clinton
A emergência de Israel, que sai da paisagem de fundo, só pode significar uma coisa: que a crise síria encaminha-se para a fase decisiva. Acenderam-se as luzes no palco de operações, e começou a operação de esculpir a Síria. O que vem por aí não será bonito de ver.
MK Bhadrakumar*, no Asia Times Online
Publicado 24/07/2012 16:41
O paciente não será anestesiado, e o cirurgião-chefe prefere liderar das coxias, enquanto seus capangas fazem o serviço sujo.
Até agora, Turquia, Arábia Saudita e Qatar fizeram tudo o que podiam para desestabilizar a Síria e remover de lá o regime chefiado pelo presidente Bashar al-Assad. E Bashar continua vivo. Daqui em diante, só a expertise dos israelenses, para completar o serviço.
Alguém terá de enfiar a faca, bem fundo, nas costas de Bashar. O rei da Jordânia não pode fazer o serviço: mal chega aos joelhos de Bashar. Os xeiques sauditas e quataris, flácidos e gorduchos, não são dados a agitação física. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prefere ser deixada de fora, depois que queimou os dedos na Líbia, em operação limítrofe com crime de guerra. Sobra a Turquia.
Em princípio, a Turquia tem poder muscular, mas intervenção na Síria é missão de altíssimo risco, e uma das heranças mais duradouras de Kemal Ataturk é que a Turquia evite expor-se a riscos. Além do quê, os militares turcos não estão lá em muito boa forma.
O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tampouco tem conseguido arrastar a maioria dos turcos na direção de aceitarem fazer guerra contra a Síria. O próprio Erdogan navega águas perigosas, tentando aprovar emendas na Constituição turca que farão dele um verdadeiro sultão – como se o presidente François Hollande da França passasse, de repente, a acumular as funções do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e de Martine Aubry, presidente do Partido Socialista, além da presidência da França.
Obviamente, Erdogan não porá em risco a própria carreira política. Além do mais, há imponderáveis – uma potencial volta do chicote para dentro da própria Turquia, pela minoria alawita (que ressente o crescimento do salafismo no governo de Erdogan); e o perigo perene de cair numa armadilha armada por militantes curdos.
Al-Jazeera entrevistou um líder alawita na Turquia, semana passada, que manifestou preocupação crescente com o tom cada vez mais sectário da disputa interna na Síria, inspirada por sunitas salafistas. Temem um levante salafista dentro da Turquia. Para os alawitas turcos, Assad “tenta manter coesa uma Síria pluralista e tolerante.”
Planos de contingência
Mas tudo isso se vai tornando irrelevante. Na sexta-feira, o New York Times noticiava, citando funcionários do governo em Washington, que o presidente Barack Obama dos EUA “está aumentando a ajuda aos rebeldes e redobrando esforços para construir uma coalizão de países com pensamento assemelhado ao dos EUA, para derrubar à força o governo [da Síria]”.[2]
Noticiava também que agentes da CIA que estão no sul da Turquia “já há várias semanas” serão mantidos na missão de criar cada vez mais violência contra o regime sírio. Enquanto isso, EUA e Turquia também estão trabalhando juntos para implantar um “governo provisório pós-Assad” na Síria.
Na mesma direção, líderes da Fraternidade Muçulmana proscrita na Síria organizaram um conclave de quatro dias em Istanbul para criar “um partido islâmico”. “Estamos prontos para a era pós-Assad, temos planos para a economia, as cortes de justiça, a política” – anunciou o porta-voz da Fraternidade Muçulmana.
Diz o New York Times que Washington mantém-se em íntimo contato com Ankara e Telavive, para discutir “uma ampla gama de planos de contingência” sobre “como administrar um colapso do governo sírio”.
O plano operacional que está emergindo prevê que, enquanto Ankara avança nas operações clandestinas dentro da Síria (pagos pela Arábia Saudita e Qatar), Israel cruzará a fronteira, entrando na Síria pelo sul e atacará Bashar militarmente, para degradar sua capacidade de resistir à ameaça turca.
A Turquia também avançou na guerra psicológica, projetando – com televisões, jornais e jornalistas – a ideia de que o regime sírio começa a rachar. Jornalistas e comentaristas turcos já disseminam a palavra. Murat Yetkin, do Hurriyet, jornal diário pró-establishment, reproduziu palavras de um oficial turco que dizia que,
Nosso pessoal [a inteligência turca] em campo já observa que a maioria urbana, que até agora estava preferindo manter-se neutra, começa a apoiar os grupos da oposição. Acreditamos que o povo sírio começa a perceber que o governo está rachando.
De fato, essas emocionantes versões também refletem a preocupação, no establishment turco, ante a evidência de que o regime sírio não dá qualquer sinal de capitulação, apesar dos incansáveis golpes que tem sofrido dos ‘rebeldes’.
Missão para Moscou
A melhor esperança de Erdogan é que a inteligência turca consiga orquestrar algum tipo de “golpe palaciano” em Damasco, nos próximos dias ou semanas. O que mais alegraria Ankara seria ver Bashar substituído por uma estrutura de transição que conserve elementos da atual estrutura Baathista do estado, o que facilitaria uma transferência ordeira de poder para novo governo – quer dizer, em termos ideais, uma transição em nada diferença do que houve no Egito depois da saída de Hosni Mubarak.
Mas Erdogan não tem certeza de que a Turquia consiga armar um golpe à moda Egito, em Damasco. A corrida de Erdogan a Moscou, 4ª-feira passada, foi tentativa de sondar Moscou para saber se seria possível montar uma estrutura de transição, nova e estável, em Damasco, mediante algum tipo de cooperação internacional. (Obama investiu o próprio peso na missão de Erdogan: na 5ª-feira, telefonou pessoalmente ao presidente Vladimir Putin da Rússia, para discutir a Síria.)
Curiosamente, pouco antes de Erdogan sair para o encontro agendado com Putin no Kremlin, aconteceu em Damasco um massivo ataque terrorista, que matou o ministro da Defesa da Síria e seu chefe de Inteligência. Considerado aquele evento, Moscou ouviu polidamente o que Erdogan tivesse a dizer e assegurou-lhe que manteria separação clínica entre os laços estratégicos que unem Rússia e Turquia, de um lado; e, de outro, a questão síria. E a posição russa manteve-se inalterada – como se viu bem claramente, no veto no Conselho de Segurança da ONU, uma semana depois do encontro com Erdogan.
Não há dúvidas de que Moscou já percebeu que o jogo aproxima-se do fim, na Síria. Em entrevista à rede de televisão Rússia Today na sexta-feira, o embaixador da Rússia à ONU, Vitaly Churkin,[3] falou em termos excepcionalmente fortes sobre o que está acontecendo:
“Infelizmente, a estratégia de nossos colegas ocidentais parece estar sendo encaminhada exclusivamente para fazer aumentar as tensões na Síria e em torno da Síria. Não perdem uma oportunidade. Dessa vez, aproveitaram a circunstância de ser necessário prorrogar o mandato da missão de monitoramento que opera na Síria, e acrescentaram, no mesmo projeto de Resolução rascunhado por eles, inúmeras outras cláusulas inaceitáveis.”.
E continuou, trazendo à cena também o Iraque:
“Não há quem não saiba que os maiores interventores humanitários do planeta – EUA e Grã-Bretanha – intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos (naquele caso, a existência de armas de destruição em massa que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de seres humanos cujas vidas foram arruinadas e vagam pelo país. Por tudo isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito mais geopolítica, que humanismo.”
Antes de ir a Moscou, Erdogan foi a Pequim, que também já sente que os EUA estão batendo o martelo sobre a Síria. O Global Times comentou, em editorial, na 6ª-feira, que “É provável que o governo de Assad seja derrubado (…) diminuem muito rapidamente as chances de solução política (…) as coisas na Síria podem mudar bem rapidamente.”[4]
Toni Donilon, Conselheiro para Segurança Nacional dos EUA, está viajando para Pequim: vai tentar descobrir se há alguma chance de conseguir que os chineses moderem a posição sobre a Síria.
Rússia e China veem com bons olhos a era Erdogan, que ampliou os laços entre esses países e a Turquia. A Rússia obteve um contrato de $20-$25 bilhões de dólares para a construção de usinas nucleares na Turquia. A China atraiu a Turquia, como parceiro para os diálogos da Organização de Cooperação de Xangai. A Turquia realizou um segundo exercício de manobras militares com a China, recentemente; e sonha com ser a ponte que venha a unir a Otan e Pequim.
O homem que não vendeu sua alma [5]
Mesmo assim, ambas, Rússia e China considerarão, na análise, que, com uma “nova guerra fria” em construção, Washington espera que a Turquia volte ao ninho antigo e desempenhe o papel de aliada numa vasta faixa de terra que se estende do Mar Negro ao Cáucaso e ao Cáspio e até a Ásia Central. Em última análise, os EUA jogam com inúmeros trunfos, cortesia da era da Guerra Fria, para manipular as políticas turcas. É o que se vê bem claro na centralidade que Washington atribui ao líder curdo iraquiano Massoud Barzani, na estratégia geral dos EUA.
Obama recebeu Barzani recentemente, na Casa Branca. Barzani passou a ser o “pino de conexão” das políticas de EUA-Turquia para a Síria. Está acontecendo poucos meses depois de a ExxonMobil assinar, em outubro, contratos para desenvolver os fabulosos campos de petróleo localizados no Curdistão, região controlada por Barzani, sem dar atenção aos protestos de Bagdá, de que tal negócio, firmado com uma autoridade provincial, atropelando o governo central, viola a soberania do Iraque.
Semana passada, a Chevron, gigante do petróleo dos EUA, anunciou que também adquirira 80% do controle de outra companhia que opera na região, cobrindo área somada de 1.124 quilômetros quadrados sob o controle de Barzani.
A entrada das empresas ExxonMobile e Chevron muda o jogo na política regional para a Síria. O ponto é que a melhor via para transportar até o mercado mundial o que for extraído dos depósitos gigantes de gás e petróleo no Curdistão é o porto sírio de Latakia, no Mediterrâneo oriental. Não há qualquer dúvida de que aí está uma nova dimensão a considerar no plano de jogo de EUA-Turquia sobre a Síria.
A empresa turca de engenharia e construção Siyah Kalem apresentou projeto para o transporte do gás natural extraído do Curdistão. Evidentemente, em algum lugar do subsolo, os interesses do business corporativo da Anatólia (que tem laços com o partido islâmico que governa a Turquia) e a orientação da política externa turca passaram a convergir. Os interesses de EUA e Turquia sobrepõem-se na geopolítica das reservas de energia do norte do Iraque.
Barzani não é só parceiro comercial de Washington e Ankara; é também agente chave que pode ajudar a encaminhar o problema que a Turquia enfrenta com os curdos. Com o apoio de Washington, Barzani lançou um projeto para reposicionar as várias facções curdas – turcos, iraquianos e sírios – numa nova trilha política.
Mês passado, Barzani organizou reunião das facções curdas em Arbil. Em termos claros: Barzani tentou subornar os líderes de várias facções curdas com fundos que lhe chegaram de Ankara. Diz que conseguiu reconciliar os diferentes grupos curdos sírios. (A insurgência curda na Turquia é comandada por sírios de etnia curda.) Diz também que conseguiu convencer os curdos sírios a romper os laços que os ligam a Bashar e a alinhar-se ao lado da oposição síria.
Esses ecos de Arbil têm peso vital no que Erdogan venha a fazer sobre a Síria. Como lembrou recentemente um importante analista do Washington Institute for Near East Policy, Soner Cagaptay, o xis da questão é que “grande parte da minoria curda, agitada e bem organizada na Síria, não confia na Turquia.” [7]
O salafismo em asas israelenses
Fato é que, em última análise, só Israel pode resolver o dilema de Erdogan. O ministro da Defesa de Israel Ehud Barak declarou no fim de semana que “a Síria tem mísseis antiaéreos e mísseis terra-terra avançados e elementos de armas químicas. Ordenei que o Exército de Israel prepare-se para uma situação na qual teremos de considerar a possibilidade de um ataque.”[8]
Barak acrescentou que “no momento em que [Bashar] começar a cair, nós [Israel] iniciaremos monitoramento de inteligência e nos associaremos a outras agências.” Falou depois de uma visita secreta de Donilon a Israel, na semana anterior. Nos calcanhares da visita de Donilon, chegou a Telavive a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, depois de um encontro histórico no Cairo com o presidente recém eleito Mohammed Morsi da Fraternidade Muçulmana, que garantiu a Washington que não pensa criar qualquer problema para Israel, em futuro pensável.
As declarações de Barak rompem o fino véu de indiferença que Telavive manteve até aqui sobre os desenvolvimentos sírios. O que emerge, em retrospecto, é que Washington manteve Israel em resguardo até o momento de demolir fisicamente a maquinaria de guerra de Bashar – empreitada que Erdogan não quer assumir ou não tem capacidade para assumir.
O mais provável é que Erdogan já estivesse de sobreaviso, para aparecer ao lado de Barak, mas, político arguto, manteve as aparências de quem muito sofria com a crise síria – ao mesmo tempo em que, clandestinamente, a alimentava.
Em versão simples, Washington passou a perna em Moscou e Pequim. Sempre afirmou que a ideia de os EUA intervirem diretamente na Síria, ou ao estilo da intervenção indireta, por operação da OTAN, como na Líbia, jamais passara pela cabeça de Obama. Como agora se vê, Obama não mentia.
O que se desdobra hoje é visão espantosamente interessante: o salafismo voa nas asas da Força Aérea israelense e vai aterrar em Damasco. Erdogan voltará, com renovado vigor, a sacudir a árvore de Bashar em Damasco. E, a qualquer momento, em futuro próximo, de repente, Barak pôr-se-á a decepar os galhos da árvore, varrendo-os como raio.
Erdogan e Barak deixarão tão nua a árvore de Bashar, tão desamparada, que ela perceberá a futilidade do esforço para manter-se ereta sobre a própria raiz. E nada de “intervenção militar”, nada de operações da OTAN, ninguém terá analogia alguma a fazer com o que foi feito na Líbia. Nem Erdogan ordenará que seu exército marche sobre a Síria.
A secretária de Estado Clinton diria que isso é o “poder esperto”. Em ensaio grandiloquente intitulado “A arte do Smart Power”, de sua lavra, semana passada, analisando o curioso desenlace do conto da Primavera Árabe, Clinton escreveu que os EUA, hoje, “lideram por novas vias”.[6]
Clinton esclarece que os EUA estão expandindo “sua caixa de ferramentas de política externa para integrar todos os ativos e parceiros, e fundamentalmente mudamos o modo como nós [os EUA] fazemos negócios. (…) A trilha que interliga todos os nossos esforços é um compromisso com adaptar a liderança global dos EUA às necessidades de um mundo em mudança.”
Ao final do dia, Erdogan fará da pedra, sopa, que engolirá untada em banha de porco. A verdade nua e crua é que Israel fará, por ele, o serviço sujo na Síria.
Nada resta a Erdogan, além de aceitar o fato de que não passa de uma das ferramentas na “caixa de ferramentas” de Washington – nada mais, nada menos. Nunca foi seu destino liderar o Oriente Médio muçulmano. O ocidente apenas lhe deu corda, para que se enforcasse na própria conhecida vaidade.
Liderar o Oriente Médio muçulmano é prerrogativa exclusiva de Washington.
* MK Bhadrakumar* foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The Hindu, Asia Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.
Notas
(1) "Poder esperto", usado no título:[1] Orig. smart power. Sobre a expressão, ver Eric Etheridge, New York Times, 14/1/2009, “How ‘Soft Power’ Got ‘Smart’” [como o ‘Poder Suave’ virou ‘Esperto’], onde se lê: “No discurso que fez ao aceitar a indicação para o cargo de secretária de Estado do governo Obama, Hillary Clinton usou quatro vezes a expressão smart power [geralmente traduzido no Brasil por “poder inteligente”, mas, mais literalmente, poder ‘esperto’]; na declaração, que antecedeu o discurso de aceitação do cargo, usou nove vezes a mesma expressão” (http://opinionator.blogs.nytimes.com/2009/01/14/how-soft-power-got-smart/) [NTs].
[2] 21/7/2012, New York Times, http://www.nytimes.com/2012/07/22/world/middleeast/us-to-focus-on-forcibly-toppling-syrian-government.html?pagewanted=all
[3] 20/7/2012, “Não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental”, Vitaly Churkin, embaixador da Rússia à ONU, à rede Rússia Today (entrevista transcrita e traduzida ao português, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/07/russia-sobre-siria-nao-se-deixem.html) [NTs].
[4] 20/7/2012, Global Times, Pequim, em http://www.globaltimes.cn/content/722217.shtml
[5] Orig. A man for all seasons. É expressão do séc. 16 inglês, tradicionalmente aplicada a Thomas More. Dá título também a uma biografia cinematográfica, que recebeu no Brasil o título de “O homem que não vendeu sua alma” [que se aproveita nessa tradução] (NTs).
[6] 18/6/2012, “The art of smart power”, Hillary Clinton, New Statesman, em http://www.newstatesman.com/politics/politics/2012/07/hillary-clinton-art-smart-power. Aí se lê, na conclusão do artigo: “Não há precedente real na história para o papel que os EUA desempenhamos hoje ou para a responsabilidade que assumimos sobre os ombros. Isso é o que torna tão excepcional a liderança dos EUA. Por isso confio que continuaremos a servir e a defender uma ordem global pacífica e próspera ainda por muitos anos no futuro” [NTs].
[7] 20/7/2012, http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2012/07/20/should-turkey-be-afraid-of-the-syrian-kurds/ .
[8] 20/7/2012, Jerusalem Post, Israel, http://www.jpost.com/Defense/Article.aspx?id=278314 .