Sede do Grupo Tortura Nunca Mais no Rio é invadida e saqueada
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, que há 27 anos luta pela memória, verdade e justiça do período de terrorismo de Estado implantado durante a ditadura militar de 1964, em menos de 10 dias sofreu duas ameaças das forças retrógadas e saudosistas da ditadura civil-militar.
Publicado 23/07/2012 17:36
Em 11 de julho recebeu um telefonema anônimo em que uma voz masculina, demonstrando tranquilidade, declarou: “estou ligando para dizer que nós vamos voltar e que isso aí vai acabar”. Na noite da quarta-feira (18) para a quinta feira (19), sua sede no Rio de Janeiro foi invadida, sendo furtados do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de R$1.567,37, além de diversos documentos do grupo e notas fiscais de serviço. Alguns arquivos também foram revirados e o computador estava ligado.
“Não tememos estas ameaças, elas não nos intimidarão e não nos farão recuar em nossa luta de quase trinta anos. Já passamos por outras ameaças e outras invasões em nossa sede e em nosso site”, afirmou o GTNM/RJ em uma nota divulgada no sábado (21). “Continuaremos exigindo e lutando por uma efetiva Comissão Nacional da Verdade e Justiça transparente e pública, pela abertura dos Arquivos da ditadura e pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos do caso Araguaia.”
O GTNM denuncia os abusos cometidos durante a ditadura militar no Brasil. Dois dias após ter sua sede invadida e saqueada, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro ainda não tem pistas de quem cometeu o crime. O caso também tem sido acompanhado por agentes da Polícia Federal. Segundo nota da instituição, distribuída neste sábado, “foram furtados do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de R$1.567,37, além de diversos documentos do grupo e notas fiscais de serviço. Alguns arquivos também foram revirados e o computador estava ligado”.
Após tomar conhecimento dos fatos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pediu à Polícia Federal que acompanhe as investigações das ameaças feitas ao GTNM e a invasão de sua sede no Rio de Janeiro. “Diante dos fatos ocorridos, consideramos inaceitável o ataque a uma entidade que realiza um trabalho fundamental na defesa dos Direitos Humanos”, diz o texto da nota publicada pela Secretaria também no sábado (21).
“Mais grave se torna o fato diante da dedicação do grupo Tortura Nunca Mais à democracia e à recuperação histórica dos fatos ocorridos no Brasil durante a ditadura militar e no combate à tortura nos dias de hoje. Diante do momento que o país vive, de recuperação da memória e da verdade para afirmação da nossa democracia, consideramos fundamental que os episódios sejam rapidamente investigados e solucionados”, acrescenta a nota.
Com informações da Rede Democrática