Governo brasileiro monitora agravamento dos conflitos na Síria

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reiterou nesta segunda (23) que o agravamento da tensão na Síria é “monitorada” pelo governo do Brasil com atenção por meio de relatos de brasileiros e estrangeiros que estão no país.

Segundo ele, há expectativa em torno da negociação para aprovar, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a manutenção dos observadores estrangeiros na região até o final de agosto. 

Desde sexta-feira (20), a Embaixada do Brasil na Síria funciona parcialmente. A maior parte dos serviços passou a ser feita nas representações do Brasil em Beirute, no Líbano, e em Amã, na Jordânia. A transferência do embaixador do Brasil em Damasco, Edgard Casciano, dos diplomatas e de algumas atividades ocorreu por motivos de segurança, segundo Patriota.

O representante do governo brasileiro para os Assuntos de Oriente Médio, embaixador Cesário Melantonio Neto, disse à Agência Brasil que a comunidade internacional atua para evitar a adoção de medidas que possam aumentar o “clima de apreensão”, semelhante ao que houve na Líbia no ano passado. “O potencial de desestabilidade na Síria é imenso, basta observar os vizinhos”, disse.

A Síria está próxima do Líbano, da Turquia, da Jordânia, de Israel e do Iraque – todos países que constantemente estão em alerta por tensões internas e externas. O embaixador chegou ontem (22) dos Estados Unidos, onde participou das reuniões de um grupo trabalho sobre Oriente Médio cujo tema principal foi Síria.

“O Brasil e vários países trabalham para tentar buscar uma saída pacífica (…) e evitar um derramamento de sangue maior do que o que vem ocorrendo”, disse Melantonio Neto, primeiro representante do Brasil na Liga Árabe (integrada por 23 países).

“O temor é que o fluxo de armas, por meio das fronteiras, aumente, uma vez que essas regiões foram tomadas por vários grupos”, disse o embaixador. “O receio é que a militarização dos conflitos aumente ainda mais, principalmente se o poder for tomado por grupos radicais.” Nesta segunda, a Síria informou que jamais usaria seu arsenal no conflito interno, mas que apenas serão usadas em caso de agressão externa.

Atualizada às 19:17h.

Com Agência Brasil