Acampamento da Greve termina sem avanço nas negociações
Depois de cinco dias acampados na Esplanada dos Ministérios, servidores públicos federais encerraram a série manifestações em Brasília nesta sexta-feira (20), com milhares de servidores retornando para seus estados de origem. Uma plenária conjunta do movimento reuniu cerca de 5 mil participantes, por volta das 11h30. Entre as resoluções tiradas estão a intensificação do movimento grevista e atrair setores que ainda não paralisaram atividades.
Publicado 20/07/2012 18:04
Na plenária, que encerrou oficialmente as atividades do Acampamento da Greve, os grevistas avaliaram como positiva a semana de protestos na capital federal.
"A expectativa que a gente tinha era de dar visibilidade e demonstrar a força do movimento para o governo", afirmou José Milton Costa, secretário-geral do Condsef. Mesmo com reivindicações diversas, de cada uma das categorias em greve, os trabalhadores têm em comum a luta pela reestruturação da carreira.
Os sindicatos estimam que cerca de 300 mil servidores estão em greve no país, incluindo os funcionários das universidades federais. Os trabalhadores do setor público deram até o dia 31 de julho para que o governo federal dê respostas. Isso porque é preciso tempo hábil para que a possível contraproposta possa ser discutidas antes de 31 de agosto, quando termina o prazo para a conclusão do projeto orçamentário de 2013.
Janine Teixeira, coordenadora-geral da Federação de Associações e Sindicatos das Universidades Brasileiras (Fasubra), disse que a semana de manifestações serviu para o "o movimento grevista conseguir furar o bloqueio da mídia e reunir o governo".
No sábado (21), a Fasubra se reúne na Universidade de Brasília (UnB), para decidir as próximas ações da greve. Os professores das universidades federais receberam proposta do governo, mas as assembleias da categoria nos estados têm rejeitado a proposta.
Governo
Matéria publicada nesta sexta no Correio Braziliense, afirma que o governo sinalizou na quinta-feira (19) a alguns sindicalistas que apresentará propostas de reajuste ao longo de três anos para servidores públicos federais. “Até agora, só houve para os professores, e eles vão fazer uma contraproposta. Mas é preciso que o debate seja feito com as outras categorias”, afirmou
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, foi recebido no fim da tarde pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. Freitas sugeriu a criação de um canal permanente de negociação dos contratos coletivos e de longo prazo. Mas, o dirigente sindical demonstrou insatisfação com a manutenção do argumento do Executivo de que a instabilidade econômica mundial tem proporções maiores do que a de 2008 e que, por isso, o governo pretende fomentar o crescimento do mercado interno para sair da turbulência sem desconstruir a atual política econômica.
Com agências