Setre realiza seminário sobre Juventude e Trabalho

O mercado de trabalho para juventude foi tema de um seminário realizado nesta quarta-feira (18/7), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Salvador, que reuniu dezenas de pessoas. Promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o evento tratou do desemprego juvenil, motivo de preocupação de gestores e instituições que lidam com esse segmento, e que foi destaque da 101ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada este ano em Genebra.

Aberto pelo secretário estadual do Trabalho e Esporte, Nilton Vasconcelos, o encontro reuniu representantes do Governo do Estado, MPT, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Conselho Estadual da Juventude. O secretario considerou o tema desafiador e manifestou preocupação com o processo de inserção dos jovens no mundo do trabalho. No seu entendimento, “a educação é a chave no encaminhamento de qualquer solução e um dos aspectos mais relevantes para enfrentar a situação”.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Pacífico Rocha, saudou os presentes e, em seguida, a economista Ana Georgina Dias (Dieese Bahia), discorreu sobre “O jovem e o mercado de trabalho”, com base nos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). A professora Ângela Borges, da UCSal, falou de “Desenvolvimento, trabalho e as novas gerações”; enquanto Augusto Vasconcelos, vice-presidente do Sindicato dos Bancários, tratou da “Crise econômica e o contexto dos jovens trabalhadores”.


Escolarização

A diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, mostrou que a ampliação da presença dos jovens na escola não eliminou a exigência da experiência do trabalho. “E que os efeitos do aumento dos anos de escolarização ainda são relativos, no que se refere ao momento de ingresso do jovem no mercado.” Para em seguida completar: “a porcentagem de jovens que busca conciliar escola e trabalho é elevada e a idade de entrada no mercado tem sido fortemente marcada pelas desigualdades sociais”.

Lembrou ainda Laís Abramo que “poucas vezes o trabalho dos jovens se exerce nas condições protegidas pela Lei de Aprendizagem e, muitas vezes, quando ocorre, equivale às piores formas de trabalho infantil e adolescente. A diferença, em relação aos demais trabalhadores, não está na disposição para o trabalho, mas sim nas chances de encontrá-lo, e nas condições em que ele se exerce”, justificou.

Por sua vez, a economista Flávia Rodrigues, do Observatório do Trabalho da Bahia, destacou que as melhorias no mercado de trabalho para os jovens ainda não foram suficientes para que houvesse uma superação da condição de maior fragilidade encontrada pelos mesmos. “Nem mesmo com as melhorias do aumento do emprego formal, do crescimento dos rendimentos e da queda do desemprego no país”.

A coordenadora da Agenda Bahia do Trabalho Decente, Patrícia Lima, afirmou que Juventude é um dos eixos prioritários da agenda estadual e pela grandeza do tema deverá ser abordado em novas rodadas de debates.

Fonte: Ascom/ Setre