Líder parlamentar libanês critica ataques terroristas na Síria
O presidente do parlamento libanês e líder do movimento xiita Amal, Nabih Berri, repudiou energicamente nesta quinta-feira (19) o atentado que matou quatro funcionários de alto escalão do governo sírio, ação que qualificou como ato terrorista deplorável.
Publicado 19/07/2012 18:29
Um incidente dessa natureza se insere no contexto da "campanha indiscriminada contra a Síria com o fim de castigá-la por suas posturas históricas a favor da resistência" árabe, ressaltou Berri em um comunicado difundido em Beirute.
O dirigente parlamentar lamentou a morte de figuras próximas ao presidente sírio, Bashar al-Assad, em particular o vice-primeiro ministro e ministro de Defesa, Dawoud Rajiha; e o vice-ministro dessa mesma pasta e cunhado do presidente, general Assef Shawkat.
Por causa do ataque suicida da quarta-feira em Damasco, reivindicado pelo denominado Exército Sírio Livre e uma organização islâmica, também faleceu o assistente do vice-presidente com status de ministro Hassan Ali Turkmani, segundo fontes oficiais.
"Expressamos nosso grande repúdio pela perda desses líderes, e condenamos e deploramos esse ato terrorista que sem dúvida busca golpear os alicerces da liderança síria e também dividir o Exército Árabe Sírio", afirmou o político xiita libanês.
Igualmente, transmitiu suas condolências à Síria, seu presidente, seu governo, parlamento e povo, e mostrou-se esperançoso de que o agora conflituoso país "recuperará seu papel de liderança árabe e regional".
O canal Al-Manar TV, próximo ao movimento de resistência xiita libanês Partido de Deus (Hezbolá), considerou os mortos como mártires no que descreveu como um ataque violento perpetrado por terroristas, em alusão à oposição armada à Al-Assad.
No sentido oposto, o deputado Marwan Hamadeh, do bloco opositor pró-ocidental 14 de Março, encabeçado pelo ex premiê Saad Hariri, especulou hoje sobre a autoria do atentado e defendeu abertamente a queda do governo de Damasco.
Nessa linha, o deputado do bloco Kataeb Elie Marouni qualificou o ataque letal como muito doloroso para o governo sírio e afirmou que esse poderia levar Al-Assad a "aprender a lição e renunciar", ao que o deputado Ali Khreiss respondeu chamando os autores de criminosos.
Khreiss, da bancada Libertação e Desenvolvimento, advertiu que "quem pensa que um colapso do governo sírio será em seu benefício, está fazendo maus cálculos políticos, já que a (eventual) alternativa (a Al-Assad) é desconhecida".
Por sua vez, o também parlamentar Michel Helou, do bloco Mudança e Reforma, sublinhou que o atentado "não é necessariamente um indicativo de que o governo cairá".
Fonte: Prensa Latina