Israel cria primeira universidade em território palestino ocupado

O Conselho de Educação Superior da Judéia e Samaria (nomes bíblicos que Israel usa para chamar o território palestino da Cisjordânia), decidiu nesta terça-feira (17) elevar para a categoria de universidade o centro acadêmico de Ariel, localizado na colônia judaica de mesmo nome.

Onze membros do organismo – a instância mais alta em matéria de educação para as colônias israelenses – votaram nesta tarde a favor e só dois se opuseram à medida, que criará a primeira universidade israelense em território ocupado, informaram os jornais Haaretz e Yedioth Ahronoth.

A comunidade acadêmica, porém, era contrária à medida (classificada como política) e disse que a decisão diminuiria o nível das outras oito universidades de Israel.

Vários ministros, no entanto, manifestaram-se a favor da elevação do centro para universidade, entre eles o de Finanças, Yuval Steinitz, que prometeu financiamento especial para a instituição, e o de Educação, Gideon Saar.

O Comitê de Planejamento e Orçamento do Conselho de Educação Superior de Israel, no entanto, advertiu contra a medida e recomendou que o status de centro universitário (adquirido em 2007) fosse mantido até nova avaliação no ano que vem.

O comitê de reitores universitários do país divulgou nesta semana um comunicado que afirmava que a criação de uma nova e "desnecessária" universidade significaria um "golpe mortal ao sistema de educação superior".

"Qualquer orçamento adicional deve ser entregue às universidades pesquisadoras que já existem, que sofrem com a falta de fundos", questionaram."Durante muitos anos, as universidades sofreram com a falta de fundos, o que prejudicou as possibilidades de pesquisa do Estado de Israel, gerando uma fuga de cérebros e atrasando a melhoria da infraestrutura de pesquisa e educação", argumentaram.

A criação do centro de Ariel foi aprovada em 2005 apesar da oposição dos partidos de centro e esquerda e da opinião contrária de parte da comunidade acadêmica.

Fonte: Efe