Obrador pedirá anulação da eleição mesmo após recontagem de votos

O candidato à Presidência do México pelo Partido da Revolução Democrática (PRD), Andrés Manuel López Obrador, informou nesta segunda-feira (9) que pedirá ao Tribunal Eleitoral na próxima quinta-feira (12) a anulação das eleições de 1º de julho.

México - Víctor Camacho

Há fortes indícios de que o ganhador do pleito, Enrique Peña Nieto, tenha cometido irregularidades durante a campanha, como recebimento de financiamento ilícito e compra de votos.

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No último domingo (8), o Instituto Federal Eleitoral concluiu a recontagem dos votos e, pelos resultados oficiais, Peña Nieto teve 38,21% dos votos, seguido por López Obrador com 31,59% e em terceiro lugar ficou Josefina Vázquez Mota, com 25,41% dos votos.

López Obrador “considerou ainda que a recontagem de mais de metade dos votos da eleição presidencial, que decorreu na semana passada, ‘não é suficiente’ para garantir a legitimidade do processo eleitoral”.

Compra de votos

Diante das evidências, o presidente Felipe Calderón classificou como inaceitável “a compra de votos” e que é necessário esclarecer o caso dos cartões de Soriana, supostamente usados para favorecer Peña Nieto.

Obrador ressaltou que existem elementos para sustentar e provar a compra de cerca de 5 milhões de votos. Em coletiva de imprensa, o candidato declarou que a coalizão que o apoia continua "trabalhando em elementos como a compra de voto, que demonstram de maneira clara que a Constituição foi violada, em particular em seu artigo 41, que estabelece que as eleições devem ser limpas e autênticas".

De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, após o pleito presidencial, surgiram no mercado mexicano alguns vale-compras – supostamente distribuídos pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI) – em supermercados de bairros pobres da periferia da Cidade do México.

“Vimos um esforço substantivo e sistemático de mobilização de eleitores comprometidos. Detectamos a entrega de vales de gasolina, crédito de celular e cartões de débito, mas não sabemos com precisão de quanto foi a soma de recursos”, explica ao jornal espanhol El País Javier Osorio, diretor da “Más Democracia”, organização que monitora o processo eleitoral.

Da Redação do Vermelho,
com informações do La Jornada e da Agência Brasil