Peru: governo quer dialogar com mineiros em área de conflito

As convocações para o diálogo se multiplicam nesta quinta-feira (5) no Peru, depois de dois protestos que deixaram um saldo de quatro mortos nos protestos contra o projeto mineiro Conga, na região de Cajamarca.

Peru - Efe

A morte do quarto manifestante foi confirmada nesta quarta-feira (4) à noite pelo primeiro ministro Oscar Valdés, que confirmou a versão oficial de que os atos de violência são provocados por "dirigentes e ativistas antimineiros".

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Depois de uma longa sessão do Conselho de Ministros, Valdés e o ministro de Justiça, Juan Jiménez, ratificaram também a resposta oficial sobre medidas de ordem pública adotadas depois dos protestos da terça-feira (3), que deixaram três mortos no Estado cajamarquino de Celendín.

Apesar do estado de exceção aplicado pelo Governo nesse Estado e em Cajamarca e Hualgayoc, neste último, mais especificamente no município de Bambamarca, se repetiram ontem os protestos, com um saldo de um morto.

O balanço inclui cerca de vinte feridos e um número não preciso de detentos, incluindo o sacerdote e dirigente político ambientalista Marco Arana, preso violentamente na cidade de Cajamarca, capital regional, e que – segundo Jiménez – está à disposição do Ministério Público.

Jiménez convocou a cidadania de Cajamarca a manter a paz e se submeter às restrições do estado de emergência, que proíbem as manifestações e autorizam detenções e invasões de domicílios.

Negociação

Disse que o Governo está a favor do diálogo, mas afirmu que não recebeu uma proposta pública da Defensoria do Povo, para que o prestigioso sacerdote Gastón Garatea seja mediador do diálogo entre a administração e os dirigentes do movimento cajamarquino contra o projeto Conga.

Esse movimento mantém uma greve de efeito parcial nesse território desde 31 de maio e argumenta que o projeto, de capital majoritário estadunidense e apoiado pelo governo, arruninará os recursos hídricos, ainda que Lima tenha dado garantias de que isso não acontecerá.

Também a Conferência Episcopal – assembleia de bispos católicos – chamou ao diálogo entre o governo e os dirigentes da greve e disse estar à disposição para facilitar o início das conversas.

As diversas bancadas parlamentares, que condenaram os incidentes e apoiaram o estado de emergência, também fizeram um chamado ao diálogo, assim como o Partido Comunista Peruano e a Confederação Geral de Trabalhadores, que condenaram a repressão.

Fonte: Prensa Latina