Manifestantes na Bolívia são sequestrados por dirigentes
O governo boliviano denunciou nesta segunda-feira (2) que a nona marcha da Confederação dos Povos Indígenas do Oriente Boliviano (Cidob) mantém retidas em seus acampamentos várias pessoas contra sua vontade.
Publicado 03/07/2012 09:57
O vice-ministro de Regime Interior Jorge Pérez pediu aos dirigentes da caminhada de protesto, que chegou na quarta-feira (27) a La Paz, que deixe abertas as portas dos acampamentos, localizados na Universidade Maior de San Andrés, para que cada pessoa possa fazer o que queira.
Segundo a autoridade, a Promotoria pôde verificar essa situação, e confirmou que os dirigentes da Cidob só permitem movimentos na universidade na manhã e depois voltam a suspendê-los.
Há pessoas sequestradas, o Ministério Público constatou que só abrem as portas na manhã e impedem a saída de pessoas com bagagem, uma das causas pela qual muitos não se foram até agora.
Apesar de tudo, cerca de 50 mulheres com seus filhos abandonaram o protesto nos últimos dois dias, segundo os próprios líderes da Cidob e um deles, Marcial Fabricano, admitiu que numerosas pessoas que participaram da marcha permanecem sequestradas no recinto universitário.
A nona marcha chegou a essa capital na quarta-feira com a intenção de conseguir a revogação da Lei 222 de Consulta aos povos do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis). O governo, no entanto, declarou em mais de uma oportunidade que derrogar o referido ditame seria inconstitucional.
Ao mesmo tempo, descartou qualquer tipo de diálogo com os manifestantes, até tanto não estejam apresentes todos os corregedores do Tipnis e não apenas os que dirigem a marcha.
Na semana anterior, o vice-presidente Alvaro García Linera ressaltou de que a única condição governamental para iniciar as conversas é a presença em La Paz de todos os líderes do Tipnis e não só de Adolfo Chávez, Fernando Vargas e Bertha Bejarano, cuja liderança é questionado pelo Governo e pelas bases.
Fonte: Prensa Latina