Dilma vai à Argentina para reunião do Mercosul e da Unasul

No fim da tarde desta quinta-feira (28) a presidenta Dilma Rousseff embarca para Mendoza, na Argentina, onde irá participar da 43ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e de países associados, e da reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Os encontros ocorrem sexta-feira (29), uma semana após o impeachment do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo. A crise política no país irá dominar as discussões.

Nas reuniões, os presidentes devem elaborar uma posição comum das nações sul-americanas em relação ao Paraguai. O atual presidente do Paraguai, Frederico Franco, não participa das reuniões já que o país foi suspenso do Mercosul e da reunião da Unasul. O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Fernández Estigarribia, também não estará presente nas reuniões em Mendoza.

Inicialmente, o ex-presidente Fernando Lugo declarou que participaria da cúpula do Mercosul, mas decidiu rever sua decisão sob o argumento de que não quer fazer pressão sobre os governos dos países vizinhos.

Além da crise no Paraguai, deverá ser debatida a proposta de acordo de livre comércio entre a China e o Mercosul. Na última segunda-feira (25), os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, do Uruguai, Pepe Mujica, e o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, que estava na Argentina em visita oficial, participaram de uma conferência virtual. Na cúpula de Mendoza haverá ainda a transmissão da Presidência pro tempore do Mercosul da Argentina para o Brasil

Em Mendoza, o dia da presidenta Dilma começa com um café da manhã com os chefes de Estado do Mercosul, às 9h30, seguido da abertura da reunião de cúpula do bloco. Por volta das 15h30 ocorre o encontro da Unasul. Ao final do dia de trabalhos haverá uma declaração à imprensa.

Chile

Na sexta-feira chegará à 4ª Brigada Aérea de Mendoza o presidente do Chile, Sebastián Piñera, também para participar do encontro de alto nível que abordará o golpe institucional no Paraguai.

Em Guaymallén, também, haverá uma reunião extraordinária da Unasul, da qual participarão, segundo fontes oficiais, o secretário geral do bloco, Alí Rodriguez, e os presidentes do Equador, Rafael Correa, e do Suriname, Desire Bouterse.

Desse encontro participarão também o chanceler da Guyana, Carolyn Rodrigues Birkett, que já se encontra ali, e delegações da Venezuela, Peru e Colômbia.

A resposta do Mercosul ao golpe político-parlamentar que depôs o presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo, será sem dúvida um dos aspectos que ocupará as discussões dos chanceleres nesta quinta e os presidentes, que deverão aprovar a resolução nesta sexta.

No domingo passado o bloco regional decidiu a suspensão imediata desse país do mecanismo de integração e privou-o do direito a participar da 63ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e da Cúpula de Presidentes do Mercosul.

Em uma declaração difundida em Buenos Aires, o Mercosul expressou a mais enérgica condenação à ruptura da ordem democrática nesse país e sublinhou que "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração".

A Cúpula do Mercosul incluirá em sua agenda de discussões, entre outros temas, os métodos para aperfeiçoar a integração regional, o desenvolvimento de projetos conjuntos nas áreas de ciência, inovação e integração produtiva, e propostas de cooperação econômica e comercial com nações fora da zona.

Nesse sentido, deve avançar o estabelecimento de uma plataforma de cooperação entre o bloco sul-americano e a China, acordada durante a recente visita do premiê dessa nação asiática, Wen Jiabao, a esse país.

Segundo afirmou então Wen Jiabao, a China e o Mercosul têm um grande potencial para fortalecer os vínculos bilaterais, incrementar as relações Sul-Sul e orientar o reajuste e a transformação das relações políticas no âmbito internacional.

O governo chinês, antecipou, tem como propósito conseguir que no ano de 2016 o comércio bilateral seja duplicado com relação ao de 2011 e, ao mesmo tempo, ampliar os investimentos mútuos de cooperação financeira, científica e tecnológica.

Com informações das agências Brasil e Prensa Latina