Parlasul: Brasil discute saída do Paraguai e entrada da Venezuela
A representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) discute nesta terça-feira (26) a suspensão do Paraguai na instituição formada pelos parlamentos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em reunião marcada para as 15h, o presidente da representação, senador Roberto Requião (PMDB-PR), vai sugerir aos integrantes do colegiado a suspensão do país do Parlasul. Na mesma reunião deve ser discutida a inclusão da Venezuela no Parlamento.
Publicado 25/06/2012 16:30
O Paraguai foi suspenso neste domingo (24) do Mercosul até 2013 devido à forma como conduziu o impeachment do presidente Fernando Lugo – o processo todo, encerrado na noite de sexta-feira (22), durou cerca de 30 horas. A crítica dos países vizinhos refere-se ao fato de não ter sido dado direito de defesa a Lugo, condenado por mau desempenho de suas funções com respaldo da Constituição paraguaia.
Já nesta semana, o Paraguai não poderá participar da reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina. A suspensão deverá ser estendida ao Parlasul, que tem reunião marcada para 2 de julho em Montevidéu (Uruguai), e também ao âmbito da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Ainda assim, Requião quer debater a medida. “Vamos apoiar a decisão da suspensão. Lugo sofreu um golpe”, disse.
Roberto Requião acredita que, na mesma reunião em que o Parlasul discutirá a suspensão do Paraguai, deverá ser debatida a inclusão imediata da Venezuela no Parlamento. “A Venezuela estava sendo vetada pelo Paraguai e economicamente ela é muito mais importante”, observou.
Ação combinada
Na Câmara, a Comissão de Relações Exteriores também pode se reunir nesta terça-feira para discutir o assunto. A presidente da comissão, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), verificará a possibilidade do encontro e tentará conseguir o apoio dos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na defesa da democracia no Paraguai.
“A Comissão de Relações Exteriores não pode agir sozinha. As ações devem ser combinadas com os presidentes da Câmara e do Senado e com a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Podemos puxar esse grupo, junto com o governo brasileiro, e criar uma articulação com outros Parlamentos do Mercosul”, explicou.
Perpétua Almeida reafirmou sua posição contrária ao impeachment sumário de Fernando Lugo. “Ninguém em sã consciência imaginou que, em menos de 30 horas, se faria um impeachment e se tiraria do poder um governo eleito de forma popular. Nenhum método que cerceia o direito de defesa legítima pode ser considerado democrático.” A deputada acredita que o Brasil está agindo de forma correta.
Também para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presidente brasileiro do Parlasul, as decisões tomadas até agora são as necessárias, porque o Paraguai teria descumprido acordos internacionais. “Esses acordos colocam que, quando há um atentado à democracia e ao Estado de direito ou uma ruptura desse Estado democrático, os países devem fazer o que estão fazendo.”
De Brasília,
Com Agência Câmara