Festival de Jericoacoara premia novos realizadores do audiovisual
O III Festival de Jericoacoara – Cinema Digital teve seu encerramento na noite de quinta-feira, 21/6, a partir das 19h, com a premiação aos melhores filmes da Mostra Competitiva de Curtas-metragens, nas diversas categorias.
Publicado 22/06/2012 10:33 | Editado 04/03/2020 16:29
Desde o dia 15/6, exibições de filmes aconteceram todas as noites, atraindo o público à arena montada ao ar livre, na arena de exibição ao lado do Centro de Artesanato de Jericoacoara. O pequeno distrito de Jijoca, internacionalmente conhecido pela beleza de suas praias, ganhou por uma semana um cinema a céu aberto, com acesso gratuito e forte participação popular.
Na solenidade de premiação, marcada pela emoção entre os cineastas que conviveram durante uma semana, trocando ideias, experiências e projetos ao longo do festival, foram concedidos prêmios aos vencedores da Mostra Competitiva de Curtas-metragens, nas diversas categorias. Os vencedores do Festival foram agraciados com o Troféu Pedra Furada, concebido pelo consagrado artista plástico cearense Zé Tarcísio.
“Aldeia”, de Zeca Ferreira, do Rio de Janeiro, levou o prêmio de melhor filme de ficção. “Hempocrisy”, de Maria Aline Morais, de Pernambuco, conquistou o troféu de melhor documentário. A melhor animação foi de um realizador cearense: Telmo Carvalho, diretor de “Comunicando”. O prêmio de melhor filme experimental foi para “Ritmos”, de Laurita Caldas e Eliza Cabral, da Paraíba. Já o “Prêmio Cepima”, que laureia o melhor filme dos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, ficou com “Monte Pedral”, de Marcley de Aquino, do Ceará. Cada um desses filmes fez jus a um prêmio de R$ 5 mil.
Categorias
As demais categorias comprovaram a diversidade e a qualidade da produção representada no festival, com prêmios distribuídos entre vários filmes. Confira:
Melhor Ator: Maksin Oliveira – “Doido Pelo Rio” – Ficção – RJ
Melhor Atriz: Nayara Tavares – “Marcas D`água” – Ficção – GO
Melhor Diretor: Zeca Ferreira – “Aldeia” – Ficção – RJ
Melhor Edição: Eliza Cabral e Laurita Caldas – “Ritmos” – Experimental – PB
Melhor Fotografia: Pedro Urbano – “Aldeia” – Ficção – RJ
Melhor Trilha Sonora: Mario Gil – “Aldeia” – Ficção – RJ
Melhor Roteiro: Humberto Rosa e Thiron Mendes – “O Quadro” – Ficção – RJ
Melhor Direção De Arte: Uirandé Holanda – “Doido Pelo Rio” – Ficção – RJ
Menção honrosa
Também foram destacados pelo júri, a título de menção honrosa, três outras produções: “Soy Loco por Ti”, de Natália Barreto (documentário, RJ), “Irmãs”, de Gian Orsini (documentário, PB) e “O Mar de Lia”, de Hanna Godoy (documentário, PE).
Os prêmios do III Festival de Jericoacoara – Cinema Digital foram disputados por 40 filmes selecionados para o festival – produções cearenses e de outros 13 estados -, escolhidos entre mais de 300 trabalhos inscritos. O júri do festival foi formado por profissionais de notório saber e larga experiência no audiovisual: os cineastas Nirton Venâncio e Duarte Dias, a fotógrafa Lena Trindade e a jornalista Déa Barbosa.
“Faça outro filme”
“Costumamos dizer que esse é o prêmio 'Faça outro filme e volte ano que vem'”, afirma Francis Vale, diretor do festival, sobre as premiações entregues no evento. “O valor de R$ 5 mil é suficiente para se fazer outro filme, rodado em digital. Assim, incentivamos os realizadores a novamente se inscreverem para o festival e chamamos atenção para o cinema digital, que barateia e democratiza a produção auidiovisual, sendo responsável por grande parte das novidades que vemos no cenário do cinema brasileiro hoje em dia”, complementa Francis.
“O festival teve um balanço muito positivo, nesta terceira edição. Tivemos uma nova arena de exibição e ainda mais participação da comunidade. Ficamos satisfeitos em oferecer a esses realizadores uma oportunidade de exibição de seus filmes, em um lugar tão especial quanto Jericoacoara, e à população da cidade uma experiência positiva, com a exibição de filmes, os debates nos seminários, a oficina de cinema digital”, enumera Francis. “Queremos agradecer muito a todos os apoiadores, patrocinadores, colaboradores, a toda a equipe do festival e, principalmente, ao povo de Jericoacoara”.
Participação da comunidade
Durante o festival, a comunidade de Jericoacoara também se viu na tela, retratada em filmes produzidos durante as duas edições anteriores do festival – 2010 e 2011 – em produções integrantes da Mostra Competitiva, como um filme que denunciou o impacto da especulação imobiliária no local – e em novas realizações, produzidas na Oficina de Cinema Digital, uma das atividades integrantes do evento. A oficina aconteceu no Centro Comunitário de Jeri, onde crianças e jovens mergulharam na produção audiovisual, sob a orientação de integrantes da equipe do festival e de outros convidados.
Todos as noites, as exibições de filmes, iniciadas sempre às 19h, foram abertas com o “Registro Diário”, um vídeo produzido pela equipe do festival, registrando detalhes da produção do evento e da resposta do público. Em clima descontraído, a comunidade assistiu a si mesma, estimulando o interesse pelo audiovisual e fortalecendo os laços entre o festival e os moradores de Jeri.
Fonte: Assessoria do III Festival de Jericoacoara – Cinema Digital