Cúpula dos Povos rumo ao documento final no Aterro do Flamengo
No penúltimo dia de atividades na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (21), movimentos sociais se reúnem na Assembleia dos Povos, a partir das 14h, para apontar soluções para o desenvolvimento sustentável. É a partir das assembleias que será construído o documento final da Cúpula com resoluções, atividades e agenda unificada dos movimentos nacionais e internacionais. Na sexta (22), acontecerá a última assembleia.
Publicado 21/06/2012 12:51
Na terça-feira (19) à tarde aconteceu a primeira Assembleia dos Povos, onde foram apresentadas as sínteses das cinco plenárias de convergência realizadas nos primeiros dias (17 e 18 de junho) do encontro no Aterro do Flamengo, com o objetivo de compilar todas as causas estruturais da crise mundial. Também foram apontadas as falsas soluções, como a economia verde de mercado, propostas pelos governos e corporações para o aquecimento global, pobreza, fome, desigualdade social e direitos humanos.
Sobre a questão dos direitos (por justiça social e ambiental) que aconteceu na plenária 1, chegou-se à conclusão de que a privatização dos espaços públicos, a cultura hedonista dos bens de consumo e o modelo neoliberal são o cerne da problemática estrutural. Bancos e empresas transnacionais utilizam-se estrategicamente desses artifícios para justificar o desenvolvimento com bases sólidas no capitalismo e o uso da energia não-sustentável. Outros apontamentos foram as questões da privatização da educação, a concentração dos meios de comunicação e a violência e violação dos direitos humanos, como é o caso da Palestina e de Honduras, por exemplo.
A plenária que abordou a defesa dos bens comuns, contra todas as formas de mercantilização, contou com a presença de 800 pessoas, que concluíram que o modelo agrourbano e a produção industrial voltada para o consumo junto com o capitalismo, a violência, a concentração de bens e consumo, são problemas estruturais e estão na veia da sociedade. Também foram apontados o racismo, a homofobia e a intolerância religiosa como combustíveis para guerras financiadas pelo imperialismo.
As questões do alimento, sua posse e seguridade foram debatidas na plenária 3. A estrutura do problema apresentada foi a aliança promovida entre as corporações e o agronegócio. Corporações estas que não estão sujeitas a uma regulação séria, que puna as empresas de acordo com as infrações cometidas. Essa falta de abrangência da lei faz com que as empresas degradem de forma absurda e sem limites, já que sabem que suas faltas não receberão as sanções devidas.
As pautas de energia e das empresas extrativistas foram debatida na plenária 4, onde novamente o sistema capitalista foi apontado como o principal inimigo. A lógica econômica diz que é possível superar a crise, mas para isso o capitalismo utiliza-se da mercantilização dos bens comuns, com a extração massiva de componentes energéticos do meio ambiente. Ainda foram mencionados que por detrás de todo esse processo, há um aumento significativo da precariedade das condições de trabalho, um aumento na vulnerabilidade dos povos, e consequentemente, aumento de controle sobre as terras.
Já a plenária 5 tratou a questão do trabalho e contou com a presença de mais de 400 pessoas, de 35 nacionalidades diferentes.
A convergência dos temas e as conclusões que foram obtidas através das plenárias vão colaborar para a formação do documento final da Cúpula dos Povos, ao término do encontro, ainda no fim desta semana.
Confira os documentos finais das plenárias aqui.
Com informações da Cúpula dos Povos