Rio +20: Eron Bezerra apresenta Bacalhau da Amazônia
O terceiro dia de atividades da Cúpula dos Povos no Aterro do Flamengo (RJ) – organizado pela sociedade civil como forma de pressionar os líderes globais que estão reunidos na Rio +20 – foi bastante movimentado, neste domingo (17). Uma das tendas mais visitadas foi a Milton Santos, que discutiu o tema “Marxismo, Meio Ambiente e a Questão Ambiental”.
Publicado 18/06/2012 12:08 | Editado 04/03/2020 16:11
Autoridades nacionais e internacionais, entre elas deputados da comitiva oficial chinesa no evento Rio +20 e parlamentares comunistas como as deputadas federais Jandira Feghali (RJ) e Perpétua Almeida (AC) e a Senadora Vanessa Grazziotin (AM), disputaram espaço com o público.
Organizado pela Fundação Maurício Grabóis, o evento que foi um dos mais concorridos da Cúpula dos Povos, teve como debatedores o secretário de produção rural do Amazonas, Eron Bezerra; o jornalista e historiador José Carlos Ruy e o secretário nacional do PCdoB de Meio Ambiente, Aldo Arantes. Os palestrantes fizeram uma fundamentação da busca dos países imperialistas pelos recursos naturais.
De acordo com Arantes, com a meta de fortalecer o capital os países ricos transformam essa disputa em uma luta acirrada. Para ele, a concepção de desenvolvimento sustentável está relacionada ao tripé: sustentabilidade econômica, social e ambiental. Já o secretário Eron Bezerra disse que as discussões relacionadas ao meio ambiente estão impregnadas de fundo ideológico.
Como exemplo, Eron Bezerra revelou que a Mata Atlântica pode desmatar 80% da área enquanto que a Amazônia tem permissão para apenas 20%. “Se esse debate ambiental tivesse uma preocupação de natureza ecológica não haveria uma regra diferente pra tratar a Mata Atlântica e a Amazônia”, provocou Eron.
O secretário de produção rural do Amazonas também citou três grupos que polemizam a questão da preservação da Amazônia: os produtivistas, aqueles que afirmam que os recursos são infinitos, o que não é verdade já que se sabe que tudo que nasce, morre; os chamados santuaristas, que defendem que os recursos são finitos, e que não se pode mais explorá-los; e o sustentabilismo, que defende o uso dos recursos naturais de forma racional. Essas idéias fazem parte do livro “Amazônia – esse mundo à parte”, de autoria de Eron Bezerra e que também foi apresentado aos presentes da Cúpula dos Povos.
O secretário de Produção Rural do Amazonas encerrou sua fala mostrando um grande exemplo de sustentabilidade: o Bacalhau da Amazônia, produzido do pirarucu manejado da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no interior do Amazonas. “O Bacalhau da Amazônia é um grande exemplo porque consegue verticalizar os efeitos econômicos, gerando emprego e renda aos pescadores sem necessidade de agredir o meio ambiente”, concluiu sob aplausos dos presentes que se encantaram com o produto que está à mostra no stand do Amazonas, na Tenda da Amazônia, no Parque dos Atletas em frente ao Rio Centro.
No próximo dia 20, detalhes do projeto Bacalhau da Amazônia serão apresentados durante uma mesa redonda sobre “Produção Sustentável no Amazonas”, na tenda da Amazônia, no Parque dos Atletas.
O Bacalhau da Amazônia, produzido pela 1ª Indústria de Salga do Brasil, construída em Maraã (a 635 km de Manaus), será degustado nesta terça-feira (18), em um jantar para convidados do Governo do Amazonas e Sepror, no Restaurante Aprazível em Santa Tereza (RJ).
O produto também foi destaque este ano no Fórum Social Temático que aconteceu em janeiro em Porto Alegre. O Bacalhau da Amazônia foi classificado como o melhor exemplo de alternativa para o desenvolvimento sustentável.
Do Rio de Janeiro,
Odineia Araujo