Chávez diz que oposição de direita está desesperada

O líder da revolução bolivariana, Hugo Chávez, reiterou nesta segunda-feira (18) sua confiança na mobilização do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em face das próximas eleições de 7 de outubro. "Não estamos desesperados, mas eles estão", disse o presidente referindo-se à direita. Em contraste, disse Chávez: "estamos tranquilos e sem nervosismo".

Em um contato telefônico durante entrevista coletiva de imprensa do PSUV, em Caracas, Chávez ressaltou que uma demonstração da força de sua campanha é que esta começará a partir da data estabelecida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), diferentemente dos atos de proselitismo da direita que se iniciaram há meses.

"Estamos todos sob o marco de uma lei, todos deveriam reger-se por ela", agregou o chefe de Estado, que adiantou que "a campanha terá muita força, será uma campanha séria" em vista de que o povo já tem em suas mãos o Plano da Pátria.

"Este não é um programa que foi sacado de dentro da manga, não foi improvisado, este é o projeto nacional Simón Bolívar", asseverou o presidente, que contrastou a clareza de seu programa com a proposta oculta do candidato conservador Henrique Capriles Radonski.

Por essa razão, instou a militância socialista a organizar-se na Missão 7 de Outubro para garantir uma vitória contundente nas eleições e dar continuidade ao processo revolucionário, além de neutralizar os planos desestabilizadores da burguesia.

Chávez também aproveitou para dar as boas vindas ao partido Pátria Para Todos (PPT) e a seu secretario-geral provisório, Rafael Uzcátegui, ao Grande Polo Patriótico, e aceitou o apoio dessa organização política para as eleições presidenciais de 7 de outubro.

O chefe de Estado chamou a reunificar as bases do PPT com as bandeiras de esquerda levantadas por Alfredo Maneiro.

Cuidar da independência

Chávez fez um chamamento ao povo venezuelano a cuidar da independência e do desenvolvimento do país, alcançado nos últimos 13 anos de governo com o impulso do potencial energético, econômico e produtivo da nação.

O mandatário destacou em particular o avanço no âmbito energético, com projetos como o Grande Marechal Sucre, em Paria, e Rafael Urdaneta, em Paraguaná, que proverão em conjunto cerca de 600 milhões de pés cúbicos de gás natural no próximo ano, "com o que vamos substituir o diesel das termoelétricas".

Adiantou que essa substituição permitirá liberar do consumo interno cerca de 50 mil barris de diesel que serão destinados à exportação: "São bilhões de dólares que estarão disponíveis e já comecei a fazer as contas do ano que vem".

Também enfatizou o impulso que tiveram os planos em Guayana, onde se encontram as maiores reservas minerais do país, "que antes tinham sido entregues às transnacionais e que agora estamos certificando".

Ademais, mencionou os complexos agroprodutivos instalados no oriente do país para o cultivo da soja e seus derivados, assim como o financiamento aos projetos de cacau e café: "Temos um grande plano agrícola e agropecuário. Temos que cuidar de tudo isso, trata-se da independência e do desenvolvimento do país".

Novo satélite

Quanto à soberania tecnológica, Chávez informou que em finais de setembro estará em órbita o Satélite Miranda, que será o primeiro dispositivo de observação que o país terá no espaço.
"Em finais de setembro ou começo de outubro estaremos lançando desde o território chinês o segundo satélite venezuelano", disse Chávez.

O chefe de Estado detalhou que mais de cinquenta profissionais venezuelanos estão em formação na China para o manejo da teconologia do dispositivo que, diferentemente do satélite Simón Bolívar dedicado a telecomunicações, "será o primeiro para a observação da superfície terrestre".

Río + 20

Chávez também se referiu às negociações das mesas técnicas da Cúpula da Terra Rio+20, a realizar-se de 20 a 22 de junho no Brasil, e considerou que se reeditou o ocorrido na anterior conferência realizada em Copenhague, em 2009, onde as nações capitalistas se negaram a assumir a responsabilidade nos desastres ambientais.

"Os países capitalistas, os que mais poluíram, os que seguem poluindo o planeta, se negam a reconhecer e a assumir suas responsabilidades para tomar decisões e frear o desastre que está em pleno desenvolvimento", disse Chávez.

"É necessário que todos assumamos esse tema com consciência e responsabilidade. Quem mais contamina tem que assumir mais responsabilidades. Não se pode exigir a mesma responsabilidade a todos os países por igual", indicou o presidente Chávez, que informou que o ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, assumirá a representação da Venezuela na conferência no Brasil.

Depois de recordar que a preservação da vida na Terra e a salvação da espécie humana é um dos objetivos históricos da proposta do plano socialista de governo para o período 2013-2019, ratificou que o caminho para salvar a humanidade "está no socialismo".

"Aqui estamos frente à barbárie, o terrível cenário da destruição da vida. É o capitalismo, o modelo depredador e destrutivo que tem causado este terrível dano do aquecimento global, degelo e aumento da temperatura dos oceanos."

Fonte: Agência Venezuelana de Notícias