2º FMML: Mídia Livre como trincheira na luta dos povos
Termina neste domingo (17) o 2º Fórum Mundial de Mídia Livre, que faz parte das atividades da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. O encontro, que reúne jornalistas e colaboradores do processo de democratização da comunicação, teve uma mesa na manhã de sábado (16) sobre o direito à comuicação e a mídia livre como trincheira de luta dos povos.
Publicado 16/06/2012 19:29
Mesa falou da mídia como instrumento na luta dos povos/foto: Rita Ronchetti
Yilmaz Orkan, vice-presidente de relações internacionais e desenvolvimento da Kon-kurd (Confederação de Associações dos Curdos na Europa), apontou a necessidade de os meios alternativos difundirem as violências sofridas pelos curdos e a censura por que passam. Segundo contou, seu país foi dividido em quatro após a Primeira Guerra Mundial. Uma parte agora está sob domínio turco.
Como forma de evitar que suas reivindicações por independência sejam ouvidas e o mundo tome conhecimento de sua causa, Orkan afirmou que "a internet está proibida ao povo curdo". A repressão teria resultado no assassinato de 66 jornalistas de um único veículo e condenação do diretor desse meio de comunicação, intitulado "Livre e atual", a 147 anos de prisão. Na tentativa de furar o cerco midiático, o movimento abriu um canal de TV na Dinamarca, mas "o governo turco interviu através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e conseguiu seu fechamento".
Ele destacou que a publicação em alguns portais de comunicação livre, como na Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, que divulgou dois artigos sobre o povo curdo, levaram à procura de interessados em conhecerem sua realidade. Assim, lembrou a importância da solidariedade internacional, inclusive no campo das mídias livres.
A importância de se cultivar mídias livres foi manifestada pela plateia, que lembrou a importância da comunicação democrática como trincheira de luta dos povos sem estado – entre os quais, ainda, os saarawis e palestinos, que vivem sob ocupação há décadas. Tal caminho é fundamental para desconstruir estereótipos e divulgar a opressão e humilhação cotidianas a que são submetidos.
Ao final do evento uma carta documento será divulgada sobre as definições do movimento pela construção da democratização da comunicação.
Com informações da Ciranda da Informação Independente