Cúpula convocada pela Rússia sobre Síria gera expectativa
Os sírios estão na expectativa sobre uma reunião internacional convocada pela Rússia e as negociações em marcha para atingir uma solução à crise que vive este país. Nesse sentido, a mídia destaca a visita que o chanceler russo, Sergei Lavrov, faz ao Irã nesta quarta para discutir a situação na Síria e os preparativos da reunião dos países do G-6 em torno do programa nuclear do Irã.
Publicado 12/06/2012 17:38
A agência de notícias russa Itar-Tass indicou em um relatório que o objetivo do encontro será essencialmente buscar ações de apoio à execução do plano de paz do enviado especial da ONU, Kofi Annan, e pôr fim aos problemas que o atrapalham.
Isto se inscreve dentro dos esforços para encontrar uma solução política à crise na Síria, esquentada nas últimas semanas por ações de bandos armadas e pelas respostas de forças governamentais.
Na segunda (11), foram feridos dois jornalistas da emissora síria Ikhbariya, quando seu seu veículo foi alvejado pelos irregulares em Hifa, na província de Latakia, a 350 quilômetros a noroeste de Damasco, na região mediterrânea.
A esse respeito, o Conselho Nacional de Imprensa manifestou sua condenação pela agressão contra os profissionais enquanto desenvolviam seu trabalho jornalístico.
Por outro lado, um grupo armado detonou um artefato explosivo contra um gasoduto na província de Deir Ezzor (nordeste), provocando o escapamento de 400 mil metros cúbicos de gás, segundo um relatório da agência de notícias síria Sana.
Em consequência do atentado, dois geradores de uma central elétrica saíram de serviço, indicou uma fonte do Ministério de Eletricidade, citada pela agência.
Enquanto isso, prosseguem os confrontos entre forças do governo e os grupos armados, em zonas de Douma, em Damasco, Lattakia, entre outras áreas da geografia síria, parte da ofensiva lançada pelas autoridades para aniquilar os grupos armados.
Ademais foram divulgadas ações na região de Idleb, onde os irregulares atacaram civis e militares. Devido à resposta governamental, vários terroristas morreram.
Nos últimos dias, observa-se um recrudescimento dos confrontos, o que observadores atribuem à decisão do governo de responder aos chamados da população de atuar com mão de ferro contra os grupos armados que desestabilizam o país.
Visita ao Irã
O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, viajará nesta quarta a Teerã, onde analisará a situação na Síria e a participação iraniana em uma conferência internacional sobre o conflito no país, informou a chancelaria.
De acordo com o ministério, Lavrov abordará a conjuntura geral no Oriente Médio e no norte da África, como o caso da renovada disputa interna na Líbia e na Síria.
Moscou considera que uma conferência internacional sobre Damasco requer a participação da República Islâmica, para que não sejam desperdiçadas as possibilidades de se influir positivamente na solução da crise síria, destaca o Ministério russo do Exterior. Os Estados Unidos recusam categoricamente a presença de Teerã na conferência que o Kremlin pretende convocar com a participação de cerca de 15 nações.
A iniciativa russa envolve os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia, China, França, Estados Unidos e Grã-Bretanha), os estados vizinhos, como Líbano, Turquia, Iraque, Jordânia e Irã, e a outras nações como Catar e Arábia Saudita.
Além desses, estão convidadas organizações Internacionais como a Organização para a Cooperação Islâmica, a União Europeia, as Nações Unidas e a Liga Árabe (LA), cujo secretário geral, Nabil el-Arabi, deverá viajar a esta capital no final deste mês.
Na semana passada, Lavrov denunciou a participação cada vez mais descarada de organizações terroristas no conflito sírio e o fornecimento de equipamentos a grupos armados a partir do exterior, bem como o ataque dirigido contra especialistas russos na Síria.
Lá, encontra-se uma missão de observadores internacionais para monitorar o cumprimento do cessar fogo que deveria ter entrado em vigor no último dia 12 de abril, segundo estipula um plano de seis ponto do enviado especial para a Síria da LA e da ONU, Kofi Annan.
Fonte: Prensa Latina