Estudantes marcham no México contra candidato do PRI

Milhares de estudantes mexicanos do movimento #YoSoy132 (eu sou 132) realizaram manifestações em cerca de 50 cidades do país em rechaço ao candidato presidencial do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Na Cidade do México mais de 40 mil jovens participaram da 2ª Marcha Nacional Anti-Peña Nieto. Outros municípios como Monterrey, Guadalajara, Acapulco, Oaxaca e Cancún também realizaram protestos contra o candidato.

O movimento estudantil #YoSoy132 surgiu em 11 de maio na Universidade Ibero-Americana, instituição privada da capital, quando Peña Nieto foi vaiado por uma grande quantidade de estudantes, que o acusaram de ser um candidato "fabricado" e imposto pela emissora Televisa.

Na ocasião, seus assessores afirmaram que os jovens não eram alunos e que faziam parte de "grupos manipulados" e que eram "agitadores". Em resposta, os estudantes gravaram um vídeo no qual 131 deles mostram suas identidades para desmentir os dirigentes do PRI e provarem que estavam matriculados na universidade.

O vídeo provocou a mobilização de outros milhares de universitários de diversas instituições públicas e privadas, que se organizaram no movimento #YoSoy132, definido como apartidário, pacífico, sem líderes, mas contra Peña Nieto.

Televisa

O jornal britânico The Guardian afirma ter documentos que comprovam que um candidato à Presidência do México comprou cobertura favorável na rede de TV mais importante do país, a Televisa.

Segundo a publicação, os documentos comprovam a manipulação de informações na Televisa para favorecer Enrique Peña Nieto. Entre os documentos haveria uma lista de tarifas cobradas pela Televisa para melhorar a imagem de Peña Nieto durante o período em que ele governou o Estado de México, assim como atacar o candidato da esquerda, Andrés Manuel López Obrador, que já foi prefeito da Cidade do México e candidato à Presidência em 2006.

Porém, o jornal afirma não ser possível determinar a autenticidade dos documentos, vazados por um ex-funcionário da Televisa. No entanto, tudo indica que os nomes, datas e fatos mencionados são reais, explicou o La Jornada.

O candidato atacou a qualidade do jornalismo do diário mais respeitado do Reino Unido, acrescentou o Sin Embargo.

Em maio, o jornal mexicano Reforma havia divulgado recibos de supostos pagamentos feitos a jornalistas pelo candidato do PRI, partido que já governou o México por 71 anos. Entre os profissionais, estaria um conhecido apresentador da Televisa, Joaquín López Dóriga. Tanto a Radio Fórmula como o candidato argumentaram se tratar de inserções comerciais.

De acordo com o diário britânico, um dos documentos é uma apresentação em PowerPoint que destacaria o objetivo de impedir que López Obrador ganhasse a eleição de 2006. Em carta, o Grupo Televisa negou que os documentos sejam verdadeiros.

Com agências