Deputados podem votar medida que simplifica licitações do PAC
Os deputados podem votar nesta semana, a partir de terça-feira (12), a aplicação do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O tema está no texto do relator da Medida Provisória 559, deputado Pedro Uczai (PT-SC). Essa MP é uma das quatro que trancam a pauta das sessões ordinárias do Plenário.
Publicado 11/06/2012 11:01
Além de duas Medidas Provisórias, os deputados devem votar esta semana projetos em sessão extraordinária que ainda serão definidos na reunião dos líderes partidários nesta terça-feira (12). Entre os projetos previstos para entrarem na pauta das sessões extraordinárias estão os relacionados à segurança pública. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que as propostas ainda não foram definidas.
Além de simplificar as licitações do PAC, o relator da MP 559 quer aplicar o RDC às obras da área de educação e do Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira tentativa do governo para ampliar as regras simplificadas de licitações foi na MP 556, mas ela perdeu o prazo de validade sem ter sido votada. A oposição é contra esse regime por considerar que ele afrouxa as regras da Lei de Licitações.
O RDC é aplicado atualmente às obras e serviços relacionados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. A maior novidade nessas regras é a possibilidade de a administração licitar um empreendimento por meio de contratação integrada.
Nesse modelo, o contratado deve realizar todas as etapas até sua entrega ao contratante em condições de operação. Ele será responsável também pela elaboração dos projetos básico e executivo – documentos técnicos em que todos os aspectos são detalhados.
O relator da MP 559 também propôs a renegociação da dívida tributária das instituições de ensino superior, que, segundo ele, chega a R$15 bilhões. Pela proposta, essa dívida será convertida em bolsas de estudo por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies), criado pelo deputado em seu parecer.
Originalmente, a MP 559 apenas autoriza a Eletrobras a assumir o controle acionário da Celg. A companhia de distribuição de energia elétrica de Goiás tem uma dívida que chega a R$6,4 bilhões, dos quais R$2,4 bilhões com a Eletrobras.
Outras MPs
Também está em pauta a Medida Provisória 562, primeira com parecer de uma comissão mista depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de exigir a instalação desse tipo de comissão para análise das MPs antes da votação em plenário.
Uma das novidades do parecer do relator da MP, deputado Padre João (PT-MG), é a autorização para o Poder Executivo conceder bolsas aos professores das redes públicas e a estudantes beneficiários do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
Originalmente, a MP trata de vários assuntos relacionados à educação. Ela institucionaliza o Plano de Ações Articuladas (PAR), que regulamenta o apoio técnico e financeiro prestado pela União às redes públicas de educação básica de municípios, estados e Distrito Federal.
E também prevê recursos do governo federal para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e inclui, entre as atribuições da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a de subsidiar o Ministério da Educação em políticas de formação de professores.
A pauta do Plenário está trancada ainda por outras duas medidas provisórias. A MP 560 que abre crédito extraordinário de R$40 milhões para o Ministério da Defesa recuperar a Estação Comandante Ferraz. Localizada na Antártica, a base brasileira de pesquisa foi atingida por um incêndio em 25 de fevereiro deste ano. E a MP 561 que transfere para a mulher a propriedade de imóveis financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida em caso de separação, divórcio ou dissolução de união estável.
De Brasília
Com Agência Câmara