CPMI ouve governadores de Goiás e do DF nesta semana

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados ouve nesta semana os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Assessores confirmaram a vinda dos dois governadores à CPMI.

O primeiro depoimento – de Marconi Perillo – está marcado para esta terça-feira (12). O governador de Goiás terá de esclarecer a venda de uma casa de luxo em Goiânia, onde Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal em fevereiro deste ano.

Marconi Perillo diz ter recebido três cheques pela venda da casa, comprada pelo empresário Walter Paulo Santiago. Segundo ele, o ex-vereador Wladimir Garcez foi o intermediador do negócio. A CPMI já ouviu Santiago e Garcez sobre o assunto.

O ex-vereador Wladimir Garcez afirmou que comprou a residência de Perillo, mas, como não dispunha do dinheiro cobrado, fez um empréstimo com Cachoeira e com Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste. O pagamento, segundo ele, foi feito com três cheques. Já o empresário Walter Paulo Santiago explicou aos parlamentares que comprou a casa em dinheiro vivo. O pagamento, segundo ele, foi feito a Lúcio Gouthier Fiúza, ex-assessor de Marconi Perillo.

Campanha de 2010

As denúncias do radialista Luiz Carlos Bordoni de que teria recebido dinheiro de uma empresa de fachada (Alberto & Pantoja Construções) do esquema comandado por Cachoeira também devem ser abordadas durante o depoimento. Bordoni prestou serviços à campanha de Marconi Perillo para o governo de Goiás em 2010.

A ligação de Eliana Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Perillo, com Cachoeira também deverá ser objeto dos questionamentos de deputados e senadores ao governador de Goiás. Segundo a Polícia Federal, ela repassava informações sobre investigações que beneficiavam políticos ligados a Cachoeira.

Agnelo

Agnelo Queiroz será ouvido na quarta-feira (13). Ele deve ser questionado principalmente sobre as denúncias de favorecimento à Delta em contratos de recolhimento de lixo em Brasília e região. A empresa é apontada pela PF como um dos braços do esquema de corrupção de Cachoeira.

De acordo com a Polícia Federal, assessores de Agnelo foram flagrados em conversas telefônicas que insinuam o pagamento de propina para a manutenção do contrato com a empresa. Depois da divulgação das denúncias, o chefe de gabinete Cláudio Monteiro e o subsecretário João Carlos Feitoza, também conhecido como Zunga, deixaram o governo do Distrito Federal.

Agência Câmara