Quase 20% dos congressistas disputam prefeituras
A partir de 30 de junho, quando acaba o prazo para que partidos definam candidatos e coligações para o pleito municipal de 7 de outubro, as atividades do Congresso entram em marcha lenta. A explicação está nos números: 110 parlamentares são pré-candidatos ao cargo de prefeito nas eleições deste ano – ou seja, 18,5% dos 594 parlamentares titulares (no exercício do mandato ou licenciados).
Publicado 05/06/2012 11:45
Trata-se de um grupo de congressistas de 19 partidos que, a menos que suas legendas mudem os planos, serão registrados como candidatos na corrida à prefeitura de 74 municípios em todos os estados do Brasil. O prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para a inscrição dos representantes termina dentro de um mês, às 19 horas do dia 5 de julho. O segundo turno será realizado em 28 de outubro.
Dos 110 pré-candidatos congressistas, apenas quatro são senadores: Inácio Arruda (CE), provável candidato do PCdoB à Prefeitura de Fortaleza, Humberto Costa (PE), possível candidato petista à Prefeitura de Recife; Cícero Lucena (PB), tucano que deve disputar o cargo de prefeito de João Pessoa e Jayme Campos (MT), candidato quase certo do DEM para prefeito de Várzea Grande.
Isso quer dizer que 5% dos 81 senadores vão deixar a Alta Casa um pouco de lado no segundo semestre para se dedicar às campanhas eleitorais. Partidos como PMDB, PDT, PTB, PV, Psol, PSB e PR por enquanto não sinalizaram que indicarão senadores para disputar a corrida eleitoral das prefeituras. Há quem cogite nos bastidores a possibilidade de que o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, entre no pleito em Maceió, por exemplo. Mas o mais provável é que Renan continue no Senado para, em 2013, tentar retornar à Presidência da Casa, posto que exerceu entre 2005 e 2007.
106 deputados candidatos
Já na Câmara, a situação é bem diversa. Serão 106 os deputados que deverão sair candidatos a prefeito nas eleições de outubro deste ano. Dos representantes titulares na Câmara, o PSDB é o partido com o maior número de pré-candidatos: dos 106 candidatos, 17 são tucanos. O PMDB vem em segundo lugar, com 15 prováveis pleiteantes. Por coincidência, os pré-candidatos do PT a alguma prefeitura são 13 – o número da legenda nas urnas.
Em seguida, aparecem o DEM e o PSD, com dez pré-candidatos cada; o PR, com oito; o PSB, com seis; o PDT, com cinco; o PP, com quatro; o PCdoB, o PTB e o PRB, com três cada; PV, PPS e PSC têm dois representantes, e têm apenas um pré-candidato deputado as legendas PMN, PTdoB, PTC e PRP.
O Psol não deve indicar candidato congressista para o pleito municipal – o partido aposta as fichas na candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ), que tem arregimentado o apoio de artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque em torno de sua campanha à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Maior disputa
Entre as capitais mais disputadas destacam-se Salvador (BA), com oito pleiteantes congressistas, e Manaus (AM), com três pré-candidaturas definidas e a possibilidade de que a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), em seu segundo ano de um mandato de oito anos, atenda ao clamor do partido e se lance à corrida eleitoral.
Também há remotas possibilidades de que o senador Eduardo Braga (PMDB), no mesmo estágio de Vanessa, entre na briga em Manaus, mas sua indicação ao posto de líder do governo no Senado acabou por diminuir essa chance. Rio de Janeiro e São Paulo, dois dos principais centros eleitorais do país, têm dois parlamentares cada na disputa.
O levantamento do Congresso em Foco tem como objetivo esboçar um cenário eleitoral provável com base nas estimativas, definições e movimentações regionais de cada partido. Para tanto, a reportagem consultou executivas nacionais, lideranças de bancada na Câmara e no Senado e assessorias de imprensa de cada partido até reunir os parlamentares mais recentemente apontados como pré-candidatos – a maioria dessas candidaturas, ressalte-se, já está cristalizada pelas cúpulas partidárias. Assim, eventuais alterações nos quadros eleitorais serão mínimas, como demonstram os pré-candidatos e as próprias siglas.
Fonte: Congresso em Foco