Estudantes se reúnem para apoiar greve nas federais
Em greve nacional por tempo indeterminado desde o dia 17 deste mês, professores de universidades federais de 45 instituições federais reivindicam a reestruturação da carreira – prevista no acordo firmado em 2011 com o governo, além da valorização e melhoria das condições de trabalho nas universidades do país. Estudantes em todo país se mobilizam para apoiar a paralisação dos docentes.
Publicado 29/05/2012 15:44
Na segunda-feira (28), em Brasília, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) passaram o dia em assembleia para debater a questão. Para o presidente da UNE, Daniel Iliescu, presente na reunião juntamente com outros 500 estudantes, torna-se fundamental agregar ao debate do movimento grevista o projeto da universidade brasileira.
Iliescu reforçou o apoio da UNE a greve e aos professores por um plano de carreira e por melhores salários. Para ele, a mobilização dos professores reivindica melhorias importantes nas estruturas das universiades, além de da valorização do professor e mais recursos pra assistência estudantil e ampliação das bolsas de pesquisa e extensão é fundamental para obter mais qualidade e eficiência ao processo de reestruturação e expansão das universidades.
No Rio de Janeiro, na UNIRIO, após uma grande assembleia, na semana anterior, que contou com ampla participação dos estudantes, foi declarada apoio aos professores e iniciada uma greve de ocupação dos estudantes. Na agenda da greve, oficinas, debates e atos públicos.
“No momento acontece a primeira reunião unificada do comando de greve, quando serão definidos 35 nomes de estudantes, representando 15 cursos diferentes, para compor a comissão que vai tocar as atividades da greve a partir de segunda-feira”, explicou o coordenador do DCE da UNIRIO, Johny Heringe.
Os estudantes da universidade também reivindicam maiores investimentos em educação e pautas específicas da universidade.
“A abertura de concursos e efetivação dos professores, a conclusão das obras do bandejão, ampliação da moradia universitária e da rede de transporte universitário, equiparação das bolsas de permanência e pesquisa ao salário mínimo e reformulação imediata do estatuto da entidade”, completou a também coordenadora do DCE da universidade, Tayná Paolino.
Já na UFRJ, haverá assembleia nesta teça-feira (29). “A greve tem tido mais apoio dos cursos de humanas. O curso de letras vai parar, ciências sociais, geografia, medicina entrará em greve por melhorias no Hospital Universitário, que é uma bandeira local”, explicou Igor Pinto, membro do DCE da UFRJ e do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira Igor Pinto, da Faculdade Nacional de direito.
No estado do Amazonas, a assembleia está marcada para quarta-feira (30), no período da manhã, e ainda não tem local definido. Durante o encontro será debatido e apresentado o posicionamento das entidades gerais em relação à greve.
”A nossa prática é sempre em defesa de mais investimentos na educação. Valorizar o professor e aqueles que compõem a estrutura da universidade é um importante passo pra desenvolver o país. Hoje, a greve dos professores além de legítima pelas suas pautas é, na verdade, uma resposta à atitude do governo que descumpriu suas promessas em relação à educação.”,afirmou Beatriz Calheiro, presidente da UEE-AM.
A diretora de Universidades Públicas da UNE, Carina Vitral, reforça a posição das entidades estaduais. Para ela, o movimento dos professores merece todo apoio da entidade. ‘’Essa greve surge num período em que as universidades federais passam por vários problemas de estrutura devido à diversas ampliações realizadas, portanto é importante pressionar o governo por mais investimentos na educação”, disse.
Minas Gerais: estudantes vão às ruas em todo estado
Estudantes foram às ruas, na quinta-feira (24), de diversas cidades de Minas Gerais (como Timóteo, Diamantina, Florestal, Uberlândia, Viçosa, Lavras, Varginha, Ouro Preto, Alfenas e Belo Horizonte) para manifestar apoio à greve nacional dos professores e cobrar a destinação de maiores investimentos para a educação, como 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-sal para educação.
O maior ato aconteceu em Belo Horizonte, onde a União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), União Nacional dos Estudantes (UNE), Diretório Acadêmico da UFV- Campus Florestal, Diretório Central dos Estudantes do CEFET e Grêmio do CEFET mobilizaram mais de 500 estudantes para uma passeata. “Esta greve está acontecendo em um momento propicio, um momento em que as discussões sobre o financiamento da educação se acirram no PNE, não aceitamos uma país que gasta 36% do PIB para pagar juros da divida pública, enquanto a educação fica apenas com 5%”, afirma Rafael Leal, Presidente da UEE-MG.
Além das manifestações, os estudantes também deflagraram greve estudantil em 8 Instituições do estado (UFU, UFV, UNIFAL, CEFE-MG, UFOP, UFLA, UFVJM, UFSJ). “A mídia não falou uma linha sequer sobre a greve dos professores e a falta de investimentos na educação. Nós, estudantes, vamos fazer ecoar por toda Minas Gerais um grito pela educação Brasileira e nãovamos parar enquanto alcançarmos nossos objetivos,” completou Rafael.
com UNE