Porto Alegre sinaliza com placas espaços usados para a tortura
Até o fim do ano, pedestres que passarem em frente ao palácio da Polícia Civil, em Porto Alegre, irão se deparar com uma placa da Prefeitura com inscrições como "Aqui houve tortura".
Publicado 23/05/2012 10:32
O município e a ONG Movimento Justiça e Direitos Humanos assinaram nesta terça (22) convênio para sinalizar locais da cidade que abrigaram crimes cometidos por agentes do regime militar (1964-1985).
Um presídio desativado e uma praça que sediou uma unidade militar também deverão receber a sinalização. No atual palácio da polícia, funcionou o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), um dos órgãos da repressão.
O movimento também quer colocar placas em frente a dois quartéis do Exército ainda em funcionamento. O convênio prevê que o município bancará os custos dos memoriais, enquanto a entidade, liderada pelo ativista Jair Krischke, ficará responsável pela pesquisa histórica.
Para Krischke, o projeto, batizado de "Marcas da Memória", se contrapõe à iniciativa dos militares de dar o nome de presidentes do regime a equipamentos públicos.
O projeto de identificação foi inspirado em ações realizadas no Uruguai e na Argentina. Ativistas produziram até catálogos com centros de repressão militar em Buenos Aires e em Montevidéu.
Há duas semanas, militantes de esquerda encenaram torturas em frente a uma casa usada pelo Dops em Porto Alegre e colaram adesivos com inscrições como "Aqui nessa rua pessoas foram torturadas e mortas". O local também está na lista dos que deverão ser sinalizados.
Fonte: Folha.com