Em campanha salarial, rodoviários entram em greve Bahia
Depois de muitas rodadas de negociação com os patrões, os rodoviários da Bahia deflagraram greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (23/5). Com a paralisação, Salvador e diversas cidades do interior do estado estão sem transporte coletivo desde o início da madrugada. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a adesão é de 100% da categoria e não há nenhuma negociação marcada até a próxima segunda-feira, quando o Tribunal Regional do Trabalho julgará o dissídio coletivo.
Publicado 23/05/2012 16:46 | Editado 04/03/2020 16:18
“Nossa data base é 1º de maio. Nós entregamos a pauta de reivindicações em 29 de março e desde então tivemos onze rodadas de negociação, depois tivemos três reuniões de mediação com o Ministério Público do Trabalho, a Superintendência Regional do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho, mas não houve nenhuma proposta que atendesse às necessidades dos trabalhadores. Na última reunião, após a impossibilidade de consenso, a juíza marcou o julgamento do dissídio coletivo para a próxima segunda-feira (28)”, informou o diretor do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Hélio Ferreira.
Os trabalhadores reivindicam 13,8%, que é a reposição medida pelo Dieese mais 8% de ganho real, mais pagamento do quinquênio e aumento do valor tíquete-alimentação. “Os patrões oferecem reajuste de 4,88% , inflação do INPC, e ainda para setembro. Não dá para aceitar isso. Eles querem mudar a data base de maio para setembro, o que a categoria não aceita. Além disso, o índice está muito aquém da necessidade de ganho real de salário. Em todo o país, as categorias de rodoviários estão fechando com índices entre 8 e 11%. A categoria não vai aceitar ficar abaixo da média nacional”.
“O dissídio é uma incógnita, pois ninguém sabe o que a Justiça vai definir. O que nós temos consciência é que da nossa parte, do Sindicato, esgotamos todas as possibilidades de negociação. Ainda estamos abertos à negociação. Mas, que não dá é para aceitara a proposta da classe patronal porque ela não atende às necessidades dos trabalhadores. Esta é uma greve da categoria que aderiu 100% ao movimento. Estou vendo a categoria unificada na greve. Esta é uma greve sem furadores, o que demonstra que é uma greve de protesto da categoria contra o posicionamento dos patrões com os trabalhadores”, argumentou Ferreira.
O diretor do Sindicato dos Rodoviários criticou também a postura da Prefeitura de Salvador, que em nenhum momento chamou a categoria para conversar ou tentou mediar a negociação com os empresários de ônibus. “Durante todo este processo de negociação, a prefeitura em nenhum momento tentou mediar ou conversar com os trabalhadores. A prefeitura foi muito irresponsável com a cidade de Salvador. Foi totalmente omissa, demonstrando que não está nem ai para a cidade, nem para os rodoviários. Nunca vi tanta omissão de uma gestão em relação a uma categoria tão importante para a cidade como os rodoviários”, lamentou.
De Salvador,
Eliane Costa.