PCdoB conclama mulheres para eleições e defesa de suas bandeiras
Nesse ano de eleições municipais, as mulheres do PCdoB devem se apresentar para concorrer a cargos eletivos, lembrando a importância do empoderamento da mulher para lutar pelos seus direitos. “Não basta ser mulher, tem que ter um projeto e programa que condizam com a luta das mulheres. No ano eleitoral é importante que tenhamos cada vez mais mulheres candidatas”, disse a secretária Nacional da Mulher do PCdoB, Liége Rocha.
Publicado 19/05/2012 17:03
Ela foi a palestrante da 2ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher, no período da tarde neste sábado (19) que debateu “As Brasileiras na atualidade”. E recebeu apoio da deputada Jô Moraes (MG), que debateu o assunto.
Liége disse que, embora a Conferência Nacional não vá decidir a plataforma política, é importante discutir temas importantes para as mulheres, como a descriminalização do aborto. Ela disse que o tema vai estar à baila e não se pode colocar o assunto para debaixo do tapete.
Segundo ela, “ninguém é a favor do aborto, o que precisamos discutir é se as mulheres vão ou não ter direito ao aborto. Se a questão deve ser tratada como saúde pública, dentro de um estado laico e quem tem direito à vida – o feto ou a mulher?
Fator importante
Liége enfatizou a necessidade de inclusão da mulher na política como parte essencial da construção democrática, lembrando que apesar das mulheres serem maioria da população, estão sub-representadas no Executivo e Legislativo.
A deputada Jô Moraes também defendeu a organização das mulheres para as eleições de 2012 para que avancem em sua representação nas câmaras municipais e nas prefeituras. E que as bandeiras de libertação das mulheres devem orientar as campanhas das mulheres.
Para Liége, “a participação da mulher no novo projeto nacional de desenvolvimento é fator importante para o avanço da luta emancipacionista. A experiência histórica indica que as conquistas das mulheres só se dão em períodos de expansão democrática, sob pressão das próprias mulheres, contando com o apoio do pensamento avançado da sociedade”.
Governo Dilma
Ela avalia que as medidas de defesa da economia nacional, de manutenção dos investimentos e de fortalecimento do mercado interno são a base da política de redução de danos frente à crise internacional que o governo brasileiro vem tomando.
Por isso as mulheres têm reforçado seu apoio à presidenta Dilma, na expectativa de que ela continue seus esforços para garantir autonomia econômica e inclusão no desenvolvimento, que são as grandes reivindicações das brasileiras na atualidade.
E destacou que “essa política se faz sob a direção de uma mulher, eleita presidenta pela primeira vez na história do país, com trajetória de resistência democrática nos duros tempos da ditadura e de convicções nacionalistas”.
A dirigente comunista avalia que “a eleição da presidenta Dilma, que compôs seu governo integrado por 10 ministras, contribui para que a sociedade supere preconceitos em relação à capacidade política feminina, ao mesmo tempo em que mexe com a subjetividade das mulheres, que passam a acreditar nas suas possibilidades políticas e no seu protagonismo”.
Afirmação das mulheres
Ela disse que a campanha eleitoral de 2010 foi um importante momento de afirmação política das mulheres com 60% do eleitorado indicando o voto em duas delas (Dilma Rpusseff e Marina Silva), no primeiro turno. “Mas foi permeada de movimentos preconceituosos os mais variados, com o objetivo de impedir que a presidenta eleita pudesse assumir compromissos com as bandeiras avançadas do movimento feminista”.
“Quando os conservadores perceberam que era inevitável a eleição de uma mulher, passaram a exigir compromissos de restrição em relação a bandeiras históricas do movimento como política pública sobre aborto, conceito de família, sexualidade, Estado laico. É como se eles dissessem: uma mulher chega ao poder, mas chegará algemada, porque não poderá tomar iniciativas que avancem na luta emancipadora”, explicou Liége.
Para ela, “a subrepresentação feminina se relaciona com a condição histórica de opressão das mulheres e é parte das limitações democráticas ainda existentes no sistema político brasileiro”, e elogiou o estabelecimento de cotas de 30% para as mulheres nas chapas eleitorais como um marco na visibilidade política da mulher, embora a grande mídia não tenha dado destaque ao fato, o que impede que as mulheres tomem conhecimento desse ganho.
Veja aqui o Documento-Base da 2ª Conferência sobre a Emancipação de Mulher
De Brasília
Márcia Xavier