Reunião de Hollande e Merkel mostra divergências e pontos comuns
A primeira reunião de cúpula entre o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Ángela Merkel, mostrou as diferenças existentes entre eles no que diz respeito ao enfrentamento da crise da dívida, ainda que ambos tenham coincidido em manter a Grécia dentro da Eurozona.
Publicado 16/05/2012 15:25
Diversos analistas destacaram nesta quarta (16) os resultados da reunião, realizada em Berlim poucas horas após a posso de Hollande como novo governante do país.
O encontro gerou expectativas devido às diferentes visões de ambos dirigentes sobre como resolver os problemas das finanças públicas na zona do euro e também pela grave situação política e econômica da Grécia, onde fracassaram as tentativas de formar um novo governo.
Laurent Fabius, prestigioso economista francês, apontou que o propósito da reunião foi conseguir uma aproximação inicial, e não fazer uma negociação formal sobre estes temas, os quais serão abordados em outros encontros.
Não obstante, as divergências estão claras, disse, pois Hollande enfatiza a necessidade de crescimento para fortalecer o emprego e o equilíbrio financeiro, e Merkel se mantém apegada ao rigor orçamental como método para enfrentar a crise.
Ao finalizar a reunião, os dois mandatários ofereceram uma coletiva de imprensa e nela o presidente francês assegurou que sem crescimento seu país será incapaz de cumprir seus objetivos de reduzir a dívida e o déficit fiscal.
Merkel insistiu na aplicação das políticas de austeridade contidas no acordo inter-governamental assinado em março passado por 25 dos 27 países da União Europeia.
Apesar de suas reticências, agregou Fabius, a chanceler deve compreender finalmente que se toda Europa anda mal, a Alemanha também sofrerá as consequências.
Por sua vez, a analista Catherine Chatignoux destacou que a possibilidade de convencer a Alemanha sobre a necessidade de um pacto de crescimento está justamente na má conjuntutra econômica do bloco continental.
Enquanto Merkel se opõe radicalmente a mudar o papel do Banco Central Europeu e à emissão de eurobônus para financiar o desenvolvimento, existem outras alternativas, como a criação da Taxa Tobin e o desbloqueio dos fundos de contingência, disse.
Os principais meios de comunicação destacam em sua edição desta quarta-feira a vontade expressada por ambos os dirigentes de que a Grécia permaneça dentro da zona do euro, assim como de manter o eixo franco-alemão como motor do desenvolvimento europeu.
Hollande e Merkel se encontrarão de novo, na próxima sexta-feira (18), em Camp David, Estados Unidos, durante uma reunião do G-8 e, no dia 23 de maio, em Bruxelas, em uma reunião de cúpula informal da União Europeia convocada para analisar a situação atual.
Com Prensa Latina