Palestinos protestam por aniversário do Estado de Israel
Os palestinos protestaram e reivindicaram nesta terça-feira (15) que a comunidade internacional “pague sua dívida histórica” com este povo por conta da Nakba, termo árabe que designa a catástrofe representada pela criação do Estado de Israel em 1948, seguida pela expulsão de 700 mil árabes não-judeus da região.
Publicado 15/05/2012 11:04
O episódio, que nesta terça completa 64 anos, deu início à mais longa ocupação do mundo contemporâneo e um relevante enclave imperialista numa área estratégica geograficamente – encontro entre Ásia, África e Europa – e rica em petróleo.
“Há 64 anos, a vibrante sociedade e a rica cultura de uma nação foi forçada ao exílio e à expulsão em massa. Um país foi riscado do mapa. Hoje, a comunidade internacional tem a responsabilidade moral de reparar o que aconteceu”, afirmou Saeb Erekat, um dos principais assessores do presidente Mahmoud Abbas e membro do Comitê Central da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Segundo Erekat, a principal forma de se corrigir esta injustiça é “pôr fim à impunidade de Israel e tornar efetivas as legítimas aspirações do povo palestino de autodeterminação, independência e retorno”.
O porta-voz ainda acusou os israelenses de “burlar o sistema internacional” ao ignorar dezenas de resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) para que respeitasse os direitos dos palestinos.
Por fim, Erekat classificou a Nakba como um a “sombria ocasião que a comunidade internacional deve usar para corrigir a injustiça histórica que caiu sobre o povo palestino”.
Protestos
Para relembrar os 64 anos do exílio e a usurpação de suas terras, os palestinos foram às ruas nesta terça-feira na cidade cisjordaniana de Ramala. O objetivo da marcha era partir da Praça do Mártir Yasser Arafat com destino à praça principal, a Al Manara. Em Gaza, representantes do Hamas, do Fatah e de outros grupos palestinos chegaram a um acordo para organizar uma passeata conjunta e pacífica cujo objetivo era ir do centro até a sede da ONU.
Os participantes das manifestações levaram bandeiras palestinas e cartazes negros em referência à fuga ou à expulsão de suas famílias no atual território de Israel. A Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou que suspenderá a atividade laboral e estudantil para favorecer a participação nos eventos do Nakba.
Outro protesto foi convocado para acontecer em frente à prisão de Ofer. Nesta segunda-feira, os presos palestinos chegaram a um acordo com o governo israelense e colocaram fim à greve de fome que havia sido iniciada em 17 de abril e atingia cerca de dois mil prisioneiros.
Os jornais israelenses afirmaram ainda na segunda que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se apressou em assinar o acordo com os palestinos para evitar que a greve de fome chegasse até o aniversário da Nakba.
O acordo estabelece o Serviço Israelense de Prisões deixe de isolar os presos e permita visitas de familiares. Além disso, foi acertado que os períodos de reclusão dos palestinos presos não serão renovados no caso daqueles que cumprem prisão administrativa, ou seja, que não foram julgados ou não têm acusações contra si.
Com agências