Sistema de Saúde no DF está melhorando
Logo que se elegeu governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, médico conceituado que nunca abandou a pratica da profissão, prometeu que priorizaria a melhora e o alcance de melhor qualidade no serviço publico de saúde. Na época, o sistema estava sucateado pelos vários governos anteriores.
Publicado 11/05/2012 12:05 | Editado 04/03/2020 16:41
O governador Agnelo chegou a anunciar que seria ao mesmo tempo governador e Secretário de Saúde, tão empenhado estava em minorar os males causados pela deficiência no setor. Nomeou secretário seu companheiro de anos de lutas em defesa do povo de Brasília e médico experiente e dedicado, Rafael Barbosa.
Os dois partiram então para melhorar e modernizar o serviço de Saúde do Distrito Federal. Abriram concursos públicos para médicos e outros profissionais para suprir as carências, criaram um setor unificado e compras de medicamentos e equipamentos que faltavam cotidianamente nos hospitais e postos de saúde, enfrentaram uma verdadeira máfia que controlava todo o sistema. Nestes quase um ano e meio de governo, conseguiram vários êxitos.
A demanda e as deficiências continuam altas, notadamente porque o sistema atende não só a crescente população local, mas os municípios vizinhos, goianos e mineiros, como também da Bahia, Tocantins e outros.
Transplantes
Como diz o Correio Brasiliense desta quinta-feira, 10, os transplantes no Distrito Federal tiveram um salto significativo nos últimos meses. Os números da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos colocam Brasília entre as unidades da federação que mais realizaram esse tipo de cirurgia, em números proporcionais. De janeiro a março, foram 23 transplantes de rim, 120 de córneas, sete de fígado e sete de coração. Essa estatística fez com que o DF assumisse o ranking de 1º lugar no número de cirurgias de transplante cardíaco, 2º de córnea, 4º de rim e 5º em relação a fígado.
Para o secretário Rafael Barbosa, um entusiasta da área que atuou 26 anos na Central de Transplantes da Secretaria de Saúde, o bom resultado obtido é fruto de trabalho e dedicação. “Quando assumimos, o transplante de córnea estava descredenciado. O mesmo acontecia com o de rim e o de fígado estava parado há mais de quatro anos. A primeira decisão que tomamos foi colocar os transplantes como prioridade de governo e, assim, investir na criação de uma estrutura totalmente diferente no Hospital de Base. Atualmente, ao invés de São Paulo vir buscar órgãos aqui, nós é que estamos enviando profissionais para captar órgãos lá”, revelou.
A próxima meta da Secretaria é implantar o transplante de pulmão, que praticamente só é realizado no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Outra meta, ainda mais próxima de ser atingida, será a adoção do transplante conjugado, de rim e pâncreas, que beneficiará os pacientes diabéticos que passam por sessões de hemodiálise. Esse tipo de cirurgia, considerada de maior risco porque envolve o manejo de dois órgãos, foi feito no DF uma única vez e voltará a ser feito de maneira regular.
“Todo mundo diz que o sistema de saúde não melhorou nada. Mas isso não é verdade. Prova disso é que as famílias têm se sensibilizado e vêm doando órgãos com regularidade. Todos os dias, realizamos uma média de cinco transplantes. Caso não fossem bem atendidas ou percebessem que seus entes queridos ficaram desassistidos, dificilmente essas famílias estariam doando. Isso mostra que estamos melhorando cada vez mais o serviço público de saúde”, analisa Rafael Barbosa.
Neonatal
A rede de saúde publica do Distrito Federal tem 20 leitos de UTI neonatal prontos, mas é preciso contratar 24 especialistas para funcionarem. Esta semana, dois recém-nascidos morreram, e no momento, outras 15 crianças estão na mesma situação em todo o DF.
Metade dos novos leitos foi construída no Hospital Regional da Asa Sul (Hras) e a outra parte, no Hospital Regional do Gama. Para colocar a estrutura em funcionamento, é preciso contratar pelo menos 24 médicos neonatologistas, além de técnicos em enfermagem. De acordo com o secretário de Saúde adjunto, Elias Miziara, o processo de contratação desses profissionais deve ser acelerado nos próximos dias. “No último concurso da rede, apenas quatro neonatologistas se apresentaram e eles foram encaminhados ao Hras. Nas semanas seguintes, vamos convocar outros para abrir esses leitos”, explicou Miziara.
Diabetes
Estudo do Ministério da Saúde revela que 4,7% da população do Distrito Federal —117,5 mil pessoas — convive com o diabetes dos tipos 1 e 2. É a maior taxa desde 2007. Os dados fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2011 (Vigitel), realizada nas 27 unidades da Federação e divulgada nesta quarta-feira, durante o Fórum Pan-Americano de Ação contra as Doenças Crônicas não Transmissíveis. O levantamento aponta que a prevalência da doença é maior entre as mulheres do que nos homens — 54 mil responderam às perguntas.
Para especialistas da área de saúde, o desempenho da capital federal é satisfatório e pode estar relacionado à idade da população, à escolaridade e às condições socioeconômicas. “O DF possui uma população relativamente jovem e com alto grau de estudo. A renda elevada das famílias contribui para a alimentação balanceada, com a presença de frutas e verduras, e a prática de exercícios físicos”, explica a diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
Luiz Aparecido, para o Vermelho-DF