Ex-paramilitar acusa Uribe de armar complô contra Corte Suprema

 O ex-líder dos grupos paramilitares Salvatore Mancuso reiterou nesta sexta (11) que o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010) teria tentado acabar com a Corte Suprema de Justiça para evitar investigações contra seu governo. Mancuso também denunciou que as organizações ultradireitistas apoiaram a  eleição do ex-mandatário. Ele afirmou que se reuniu com Uribe em diferentes regiões do país.

De uma penitenciária dos Estados Unidos, o ex-paramilitar disse, em entrevista à rádio Caracol, que tratou "do tema de que nós apoiamos a campanha eleitoral do então candidato Uribe à Presidência em minhas versões livres".

Segundo Mancuso, o grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) apoiou a reeleição do ex-mandatário com dinheiro e logística. Ele, no entanto, se absteve de oferecer mais detalhes sobre o tema por temer por sua segurança e de sua família.

Em 2010, Mancuso, em depoimento à Corte Suprema de Justiça, falou pela primeira vez do apoio dos ultradireitistas a Uribe nas eleições de 2002, no norte do país, onde várias comunidades estavam sob o domínio desses grupos que consideravam as ideologias do candidato próximas às suas.

Em relação à Corte, Mancuso afirmou que assessores próximos ao ex-presidente pediram a ele e ao comando dos paramilitares que "conseguíssemos provas" contra o tribunal, especificamente fotografias por meio das quais se pudessem estabelecer supostas ligações entre os juízes e narcotraficantes.

"A ideia que tinham era enterrar a Corte e montar uma Corte Adhoc criada com base nas pretensões do governo anterior", declarou Mancuso.

Na ocasião, Uribe disse que essas acusações tratam-se de uma "vingança criminosa", ao que o paramilitar respondeu hoje que "essas verdades foram as que se tornaram incômodas para o governo".

Com agências