Otan desfere novo ataque aéreo no Afeganistão
A aviação da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), a força de ocupação do Afegnistão dirigida pela Otan, prosseguiu seus ataques na província oriental de Paktika, depois da denúncia feita pelo presidente Hamid Karzai de que mais civis foram assassinados.
Publicado 08/05/2012 14:56
Segundo o porta-voz da província, Mukhles Afgani, esse bombardeio ocorreu em uma zona montanhosa do distrito de Nika, no norte de Paktika, onde supostos guerrilheiros permaneciam escondidos, e causou 21 mortes, sem contar as baixas entre as forças afegãs e da ISAF.
No entanto, o porta-voz dos guerrilheiros islâmicos afegãos, Zabiullah Mujahid, negou por via telefônica as baixas entre seus combatentes e assegurou que o ataque ocasionou a morte de cinco civis e ferimentos a outros seis.
A agência de notícias afegã AIP reportou que na segunda-feira 14 civis perderam a vida durante os ataques com mísseis disparados por helicópteros da ISAF contra moradias no distrito de Bala Murghab, na província de Badghis, no norte.
Além disso, na província de Helmand, no sul, também foi registrado outro fato similar quando outro helicóptero de artilharia lançou uma bomba sobre uma casa no distrito de Sangin e matou uma mulher, suas três filhas e seus dois filhos.
Ao condenar o assassinato, Karzai pediu explicações ao chefe da missão da ISAF, general John Allen, e ao embaixador dos Estados Unidos em Cabul, Ryan Crocker, sobre essa série de bombardeios realizados desde o último fim de semana no país.
De acordo com uma nota de imprensa, "O presidente vê as operações arbitrárias e os bombardeios a civis pela Otan como um assunto soberano afegão e já não pode tolerá-los mais".
Karzai denuncia há meses em que a morte de civis em operações bélicas é inaceitável, tema convertido em um dos mais polêmicos nas relações entre Afeganistão e as tropas ocupantes.
O número de vítimas fatais civis cresceu sem interrupção durante os últimos cinco anos e totalizaram 3.021 só em 2011, segundo estatísticas da ONU.
Fonte: Prensa Latina