Ato em Miami defende liberdade de viajar a Cuba
Ativistas de organizações da emigração cubana em Miami, nos Estados Unidos, estão preparando para este sábado (5) uma caravana de carros. A iniciativa é uma forma de mostrar repúdio ao terrorismo e reforçar o apoio ao direito de viajar para Cuba. A ação se inscreve no marco do incêndio ao escritório da empresa Airline Brokers – agência especializada em viagens para Cuba – no último dia 27.
Publicado 04/05/2012 19:06
A Aliança Martiniana formada pela Brigada Antonio Maceo, a Associação José Martí, a ATC, o Círculo Bolivariano de Miami e a Associação de Mulheres Cristãs em Defesa da Família, junto à Fundação para a Normalização das Relações entre Estados Unidos e Cuba, a Liga de Defesa Cubano-Americana e o Partido Socialista dos Trabalhadores (SWP, por sua silha em inglês) se manifestaram conjuntamente por meio de declaração pública contra toda forma de atentado contra a ilha caribenha.
Os ativistas da emigração cubana em Miami consideraram o incêndio ao escritório da Airline Brokers um ato terrorista contra a companhia e contra o direito que toda a população dos Estados Unidos tem de viajar para Cuba. Lembram ainda que esta ação criminosa impede a ida de cubano-americanos à ilha para visitar e ajudar seus familiares.
No ano passado, foram registradas cerca de 400 mil viagens para Cuba e, neste ano, os números estão caminhando para ultrapassar a cifra de 2011. "Este ato terrorista evidencia que se quer impedir estas viagens a todo custo”, considera a declaração.
O documento ainda pede às autoridades locais e federais seriedade e eficácia nas investigações, a fim de que se chegue aos culpados, e estes sejam processados, julgados e punidos.
"Os atos de terrorismo como este violentam o estado de direito que é consubstancial com nossa sociedade. Não se pode permitir a ninguém cometer atos terroristas. O terrorismo não só atenta contra a vida e a propriedade, mas também atenta contra a tranquilidade e o bem-estar de todos aqueles que integram esta comunidade nossa que chamamos Miami”, declaram os ativistas.
A declaração pública relembra os constantes pedidos feitos às autoridades federais para que fossem levados a júri os terroristas da extrema direita cubano-americana, para que respondessem contra os crimes cometidos em Cuba, nos Estados Unidos e em outros países. No entanto, nomes como Posada Carriles – acusado de ter planejado o atentado ao vôo 455 da Cubana de Aviación, em 1976 – não foram julgados ou punidos, reforçando a impunidade aos crimes cometidos contra a Ilha.
Até o momento, nem congressistas, nem senadores ou muito menos funcionários públicos com altos cargos na Flórida se manifestaram sobre o assunto. Até mesmo os meios de comunicação se privaram de noticiar o incêndio e divulgá-lo como um ataque terrorista com o objetivo de afetar Cuba.
Entenda o caso
Na madrugada do último dia 27, um incêndio destruiu os escritórios da Airline Brokers, agência especializada em viagens para Cuba, localizada em Coral Gables, estado da Flórida, Estados Unidos. O caso está sendo investigado pela Polícia com apoio das tropas antiterroristas do Departamento Federal de Investigação (FBI, por sua sigla em inglês), que deve concluir se o incêndio foi acidental ou se foi um atentado.
A empresa foi responsável pela organização dos vôos Miami – Cuba durante a visita do Papa Bento XVI ao país, no final do mês de março. De acordo com o site Cubadebate, Vivian Mannerud, dona da empresa, negou ter recebido ameaças durante a visita da autoridade maior da igreja católica.
Fonte: Adital