Sem negociação, greve dos professores estaduais da Bahia continua
Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (2/5), no saguão da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), os trabalhadores estaduais da educação decidiram manter a greve iniciada em 11 de abril. Os professores continuam reivindicando a retomada da negociação e farão uma nova assembléia na próxima segunda-feira (7) para definir os rumos do movimento.
Publicado 02/05/2012 14:08 | Editado 04/03/2020 16:18
“Foi uma assembleia bastante participativa, onde definimos também permanecer acampados na Assembléia Legislativa. Nós faremos ainda uma feira amanhã na praça da Piedade, onde estaremos vendendo produtos e alimentos, porque o salário dos professores foi cortado. Tem professor que está sem salário. Então, nós faremos a feira da sobrevivência ”, informou a vice-coordenadora da APLB Sindicato, Marilene Betros.
Os professores decidiram ministrar aulas públicas diariamente na própria Assembleia. “Continuamos perseguindo a negociação, cobrando do governo que reabra o diálogo para que o impasse seja solucionado”, ressaltou Marilene.
Junto a essas decisões, foi explicado na assembléia que a CNTE e a APLB-Sindicato continuam tentando marcar uma audiência com o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, em Brasília, e que o sindicato está na Justiça com ações contra a ilegalidade da greve e o corte de salários.
A greve
Em um vídeo no site da entidade, a APLB explica que em novembro foi realizada uma assembleia, onde ficou decidido que o governo deveria dá o mesmo reajuste ao piso, caso isso não ocorresse, os professores entrariam em greve imediatamente. “Sentamos com o governo Wagner, que através dos representantes das secretarias de Educação e Administração, assinou com a APLB um acordo que dizia que o reajuste os professores da rede estadual seria o mesmo concedido ao piso nacional pela presidente Dilma. No final de janeiro, a presidente definiu que o reajuste ao piso seria de 22,22%. O governo não quis discutir esta parte e o acordo começou a ser descumprido”, explica o coordenador da APLB, Rui Oliveira.
“Por conta do descumprimento não houve outra alternativa se não a convocação da assembléia no dia 11 de abril, que decidiu quase por unanimidade pela greve. Ao invés do diálogo, o governo pediu a ilegalidade da greve, mas nós contestamos a decisão na Justiça. Tentou-se também negar a legitimidade do acordo, mas depois que provamos a legalidade, o governo começou a dizer que existia o acordo, mas não tinha dinheiro para atender as reivindicações ", declarou Oliveira
De Salvador,
Eliane Costa.