Amorim está decepcionado por EUA suspender compra de aviões
O ministro brasileiro de Defesa, Celso Amorim, expressou a seu homólogo estadunidense, León Panetta, sua decepção pela decisão dos EUA de suspender a compra de 20 aviões Super Tucano, da empresa Embraer.
Publicado 25/04/2012 11:05
"Existem algumas dificuldades para poder atingir uma maior cooperação na área de tecnologia entre os dois países", indicou Amorim em coletiva de imprensa junto a Panetta, depois de manter um encontro de uma hora na sede do Ministério de Defesa do Brasil, em Brasília.
"Manifestei ao secretário Panetta a decepção com o fato de que não foram comprados por Estados Unidos os aviões da Embraer, que tanto nós como a Força Aérea norte-americana os consideraram os melhores para a tarefa que iam desempenhar", prosseguiu Amorim.
Apesar de ter vencido a licitação para vender 20 aparelhos Super Tucano à aviação militar estadunidense, o contrato foi cancelado, o que provocou uma nota de imprensa da Chancelaria na qual o governo brasileiro se mostrou surpreso com o fato e apontou que não contribuía com as relações bilaterais.
Com sua reunião desta quarta-feira (25), Amorim e Panetta inauguraram o Diálogo de Cooperação em Defesa, um mecanismo que foi aprovado pelos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e dos Estados Unidos, Barack Obama, no passado dia 9, durante a primeira visita da mandatária sul-americana a Washington.
Na coletiva de imprensa, ambos concordaram em afirmar que na reunião bilateral discutiram a visão da cada um sobre a esfera militar, bem como as possibilidades de estabelecer alianças em diferentes áreas.
A respeito pretendem priorizar a cooperação para este ano em Ciência, inovação e transferência de tecnologia, Logística, Comunicação, Colaboração em apoio às nações africanas, Segurança cibernética, Assistência humanitária e resposta a desastres e Apoio da defesa às autoridades civis em grandes eventos internacionais.
Relações bilaterais
"Se Estados Unidos têm interesse em aprofundar as relações com Brasil é importante que não seja só um laço de compra e venda, mas para desenvolver alianças", disse Amorim e ressaltou que "destaquei a questão da transferência de tecnologia. Não estamos falando de doação, mas de acesso à tecnologia".
Precisamente, a transferência de tecnologia é um dos três aspectos, junto a preço e qualidade, que o Brasil exige para adquirir 36 aviões caças, para o qual estuda há dois anos propostas dos Estados Unidos, França e Suécia.
O ministro brasileiro ponderou que ainda não há nada decidido a respeito de qual será o aparelho que o país comprará para modernizar sua Força Aérea, nem há tempo delimitado para escolher entre o francês Rafale, o sueco NG Grippen e o estadunidense F-18 Super Hornet. Por sua vez, Panetta reconheceu a importância da transferência de tecnologia para o Brasil, mas acrescentou que a legislação norte-americana estabelece alguns requisitos que devem ser cumpridos para a transferência de tecnologia.
Fonte: Prensa Latina