Amorim está decepcionado por EUA suspender compra de aviões

O ministro brasileiro de Defesa, Celso Amorim, expressou a seu homólogo estadunidense, León Panetta, sua decepção pela decisão dos EUA de suspender a compra de 20 aviões Super Tucano, da empresa Embraer.

"Existem algumas dificuldades para poder atingir uma maior cooperação na área de tecnologia entre os dois países", indicou Amorim em coletiva de imprensa junto a Panetta, depois de manter um encontro de uma hora na sede do Ministério de Defesa do Brasil, em Brasília.

"Manifestei ao secretário Panetta a decepção com o fato de que não foram comprados por Estados Unidos os aviões da Embraer, que tanto nós como a Força Aérea norte-americana os consideraram os melhores para a tarefa que iam desempenhar", prosseguiu Amorim.

Apesar de ter vencido a licitação para vender 20 aparelhos Super Tucano à aviação militar estadunidense, o contrato foi cancelado, o que provocou uma nota de imprensa da Chancelaria na qual o governo brasileiro se mostrou surpreso com o fato e apontou que não contribuía com as relações bilaterais.

Com sua reunião desta quarta-feira (25), Amorim e Panetta inauguraram o Diálogo de Cooperação em Defesa, um mecanismo que foi aprovado pelos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e dos Estados Unidos, Barack Obama, no passado dia 9, durante a primeira visita da mandatária sul-americana a Washington.

Na coletiva de imprensa, ambos concordaram em afirmar que na reunião bilateral discutiram a visão da cada um sobre a esfera militar, bem como as possibilidades de estabelecer alianças em diferentes áreas.

A respeito pretendem priorizar a cooperação para este ano em Ciência, inovação e transferência de tecnologia, Logística, Comunicação, Colaboração em apoio às nações africanas, Segurança cibernética, Assistência humanitária e resposta a desastres e Apoio da defesa às autoridades civis em grandes eventos internacionais.

Relações bilaterais

"Se Estados Unidos têm interesse em aprofundar as relações com Brasil é importante que não seja só um laço de compra e venda, mas para desenvolver alianças", disse Amorim e ressaltou que "destaquei a questão da transferência de tecnologia. Não estamos falando de doação, mas de acesso à tecnologia".

Precisamente, a transferência de tecnologia é um dos três aspectos, junto a preço e qualidade, que o Brasil exige  para adquirir 36 aviões caças, para o qual estuda há dois anos propostas dos Estados Unidos, França e Suécia.

O ministro brasileiro ponderou que ainda não há nada decidido a respeito de qual será o aparelho que o país comprará para modernizar sua Força Aérea, nem há tempo delimitado para escolher entre o francês Rafale, o sueco NG Grippen e o estadunidense F-18 Super Hornet. Por sua vez, Panetta reconheceu a importância da transferência de tecnologia para o Brasil, mas acrescentou que a legislação norte-americana estabelece alguns requisitos que devem ser cumpridos para a transferência de tecnologia.

Fonte: Prensa Latina