Bairro a Bairro visita os bairros Sarandi e Mário Quintana

Muitos pontos da cidade continuam abandonados pelo poder público, mas os moradores não desistem e querem dias melhores. Essa é constatação de mais uma edição do projeto Bairro a Bairro, que essa semana visitou comunidades do Jardim Protásio Alves e Sarandi. Lideranças do PCdoB, PSB e PSD, juntamente com a deputada Manuela, se reuniram com moradores e ouviram seus anseios e reclamações.

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Burocracia é obstáculo para o Sase

A burocracia entrava o processo de conveniamento do programa do Serviço de Apoio Socioeducativo (SASE) solicitado pela Associação de Moradores da Vila Jardim Protasio Alves. O Sase beneficia crianças e adolescentes de sete a 14 anos, em todas as regiões da cidade. É desenvolvido no turno inverso ao da escola, oferecendo alimentação, apoio pedagógico e, quando necessário, encaminhamento aos serviços de saúde. “As crianças da comunidade precisam do Sase pois os pais trabalham e elas não têm onde ficar”, explicou o Nelson, liderança da região.

Moradores do Jardim Protasio Alves pedem um Centro Cultural

A comunidade da Mário Quintana pede a construção de um centro cultural para a realização de oficinas e espetáculos de musica, dança e teatro e assim fazer com que mais crianças e jovens tenham uma nova oportunidade. “Todo mundo tem um dom. Ele só precisa ser incentivado”, diz Ayme. “O poder público precisa dar mais atenção aos projetos sociais nas periferias. Eles não aproveitam os potenciais humanos da própria comunidade”, defendeu Ilson, presidente da Sociedade União Vila dos Eucaliptos. Maria Izolete, da Leopoldina III, conta que foi solicitado um espaço no centro do parque Chico Mendes, mas até agora não saiu do papel. “Um senhor riu e disse que nunca conseguiremos um centro cultural”, relatou num misto de indignação e decepção.

Alimentadora de sonhos

A cultura é um importante instrumento de inclusão e combate a violência. Através de oficinas de dança e música muitas crianças e jovens conseguem fugir da violência e adquirem consciência de cidadania. "A cultura muda. Até 2007 morriam dois por semana. De 2007 a 2012 morreram apenas dois”, conta seu Nelson. “As crianças e jovens querem sair da vida da bandidagem através da cultura”, acrescentou Ayme, moradora da Timbauva e que desenvolve um trabalho cultural na região. “Me sinto uma alimentadora de sonhos”, diz ela.

Rua esburacada e falta de sinaleiras

Dona Vera, presidente da Associação de Moradores do Jardim Verde, reclamou da falta de sinaleira na Protásio Alves. Segundo ela, “as crianças que vêm da escola no ônibus Passo Dorneles correm risco ao atravessar a rua”. O local também é escuro, necessitando de iluminação pública. Os buracos nas vias foi outro ponto levantado pela comunidade. Eles contam que há três meses foi feita pavimentação em uma das vias, mas esta já apresenta problemas. “Falta fiscalização da qualidade dos serviços feitos”, disseram. 

Praça limpa

Os espaços públicos, entre eles praças e parques, são cada vez mais importantes no cotidiano das

 cidades, mostrando-se fundamentais em seu planejamento na perspectiva de melhora na qualidade de vida de seus habitantes. Infelizmente, as condições de muitas praças da capital não são

 satisfatórias. Falta limpeza e iluminação na praça Araujo Guerra, como citaram os moradores do Bairro Sarandi, que pedem a construção de pistas para caminhadas. 

Nova Chocolatão pede programa de geração de renda

Removidos do Centro para a zona Norte há quase um ano, as 180 famílias da Nova Chocolatão reclamam da falta de programa de geração de renda e trabalho. Conforme as lideranças locais, falta um local para a instalação de computadores e máquinas de fabricação de fraldas e de recargas que ajudariam muitas famílias a incrementarem suas rendas.

A Nova Chocolatão ainda espera por alguns serviços essenciais na área de saúde e saneamento básico. Dona Terezinha conta que há problemas na estruturação da rua Onofre Pereira Maciel, onde é possível encontrar o esgoto a céu aberto em alguns pontos. Outra reclamação é falta de um CEP para recebimento de correspondências. “Só o que chega aqui são as contas de luz, água e casa”. Os moradores também sofrem com o atendimento do posto de saúde que fica distante de onde moram. “Uma sala com clínico geral, pediatra e atendente já resolveria bastante”, diz seu Luis, liderança da região.

De Porto Alegre,
Barbara Paiva